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Em meio a rotinas tranquilas e memórias do passado, novos capítulos de amor têm sido escritos em vários dos nossos lares para idosos. Neste Dia dos Namorados, vamos trazer uma das grandes histórias de afeto e companheirismo florescem entre os residentes da terceira idade, provando que nunca é tarde para encontrar um novo amor — ou reencontrar a alegria de dividir a vida com alguém especial. A nossa história de amor especial de Dia dos Namorados começa em janeiro de 2023, quando o caminho de dona Maria da Luz e seu Manoel de Moares se cruzam no Lar dos Velhinhos, em Ubiratã (65 km de Goioerê).

Dona Maria da Luz chegou à Obra Unida, aos 74 anos, em dezembro de 2016, com uma história de vida familiar já bem consolidada: havia se casado duas vezes, ficou viúva as duas vezes, e já era mãe de três filhos. Já seu Manoel, saiu do Mato Grosso para morar uma neta em Ubiratã, mas quis o destino que isso não desse certo e ele se mudou para o Lar, em janeiro de 2023, aos 88 anos. Ele nunca havia sido casado, mas teve uma filha, já falecida.

Foi um tópico caso de amor à primeira vista: um se interessou pelo o outro, depois veio o “namorico”, o namoro oficial e o casamento!

“Logo que ele chegou, ele se interessou por ela e ela por ele. O sentimento foi aumentando. Ele dizendo que estava apaixonado, ela, também. Depois de um tempo começaram a falar em casamento, ambos pediam o sacramento para o Padre, nas missas que acontece na instituição e nós ficamos meio sem saber o que fazer nessa situação, por conta da idade dele, de alguns problemas de saúde dela. Mas, conversando com o padre, ele falou que vendo o amor entre eles, faria o casamento que era a melhor solução. Foi passado para a nossa diretoria, que aceitou e o casamento de prontidão. Foi feito no lar, no dia 24 de junho de 2023”, conta a administradora do Lar, Solange Costa Faustino.

No dia do casamento, o Lar era pura festa. A neta de seu Manoel, Maria Augusta, esteve presente, dona Maria da Luz se vestiu de noiva, seu Manoel colocou terno e todos comemoraram muito. “Aceitar o casamento na terceira idade é valorizar o amor, a companhia e o bem-estar emocional. Ele combate a solidão, fortalece o afeto, melhora a qualidade de vida e mostra que nunca é tarde para recomeçar. Temos o exemplo bem claro disso aqui na nossa instituição. Seu Manoel e dona Maria são testemunhas de que nunca é tarde para o amor, para o recomeço”, afirma a psicóloga do Lar, Maria Karolina Ferreira.

O casal não se desgruda quase em momento algum. Se separa apenas para as sessões de hemodiálise de dona Maria. “Parece coisa de adolescente. Um tem ciúme do outro. Ela fica cismada quando as cuidadoras fazem a barba dele, ele fica preocupado quando ela vai fazer a hemodiálise dela. É bonito de ver. Eles participam de todas as nossas atividades, das missas e passeios. Era um casal que gostava muito de dançar, mas por conta da enfermidade dela, dançam um pouco menos hoje. Vão de mão dada par ao refeitório, dormem no mesmo quarto, fazem tudo juntos e sempre estão lado a lado”, define Solange.

Quase dois anos passados do enlace matrimonial, o casal ainda é puro amor: ‘Eu nunca imaginei achar o amor nessa idade, e achei, olha ela aqui”, define seu Manoel. Dona Maria apenas sorri, e beija o marido. (Marina Prado/SSVP Brasil).