
Um casal de Ivaí, na região de Ponta Grossa, vai realizar o sonho de ter uma filha biológica utilizando a barriga solidária da prima deles, que se ofereceu para gestar o bebê. Daiane Cristina Pereira Chociai, de 41 anos, e Marcos Chociai, de 45, estão juntos há 24 anos e sempre sonharam em ter filhos, mas a mulher nasceu com uma síndrome rara que a impede de gestar.
CLIQUE AQUI E ENTRE NO GRUPO DE WHATSAPP DO GOIONEWS
.
CLIQUE AQUI E SIGA O GOIONEWS NO INSTAGRAM
Adrieli Almeida Blum, que tem 34 anos e é casada com o primo de Daiane, acompanha a história dos dois desde que eles se casaram e ofereceu o próprio útero para a gestação. A técnica, conhecida juridicamente como "gestação por substituição", é permitida no Brasil, desde que siga regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
"A gente fala que a Adrieli é o anjo da guarda nosso e da nossa filha. [...] Partiu dela essa iniciativa e a gente agradece do fundo do coração, porque era pra ser ela mesmo. [...] Ela vai ser a madrinha da Maria Caroline", afirma Daiane.
Na sexta-feira (13), a gestação completa 14 semanas. A previsão é que o parto de Maria Caroline aconteça em dezembro, mas os planos por trás desta história iniciaram anos atrás.
Quando Daiane tinha 15 anos, os pais dela a levaram ao médico devido à ausência de menstruação. A adolescente foi diagnosticada com a síndrome de Rokitansky, que provocou má formação no útero dela.
Aos 17 anos, quando conheceu e começou a namorar com Marcos, ela contou ao futuro marido que nunca poderia gerar um filho – mas sempre nutriu a vontade de ser mãe, e ele, de ser pai.
O casal juntou dinheiro e, em 2018, fez as primeiras tentativas. À época, a irmã de Marcos se ofereceu para ser barriga solidária para eles, mas nenhuma das duas fertilizações feitas nela deram certo.
"A gente agradece muito ela também, porque ela também foi um anjo na nossa vida. A gente implantou duas vezes, e a primeira vez não chegou nem a evoluir. A segunda vez evoluiu até um mês pouquinho, mas daí ela teve que fazer uma curetagem [raspagem no útero]. Então pra ela passar de novo por esse processo, seria doloroso pra ela e pra gente. Então pensamos: 'Vamos dar um tempo e não vamos mais fazer isso'", contam Daiane e Marcos.
A família de Daiane é composta por cerca de 50 pessoas e costuma se reunir todo domingo, na chácara da avó. A prima, Adrieli, conta que sempre teve vontade de ajudar o casal, mas esperava os próprios filhos crescerem para facilitar o entendimento das crianças de que o bebê que estaria na barriga da mãe não seria irmão deles, mas, sim, primo.
"Eu conheci de perto a dor deles. E eu dizia que ia chegar a hora, só que é tudo no tempo certo. Eu não me sentia preparada, eu tenho três filhos, e eles estavam pequenininhos ainda, a gente sabia que eles não iam conseguir entender, então foi um tempo de conversa e preparação. [...] Como eu estou gerando a bebê agora, foi gerando aquilo no meu coração primeiro", relata Adrieli. (G1 Paraná).