quinta-feira, 28 de março de 2024
CRÔNICA

Pão Nosso

12/06/2021
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Creio que todos e todas de alguma maneira ou momento já pronunciou esta pequena e importante oração ensinada por Jesus. Hoje quero ressaltar o segundo parágrafo desta oração, que está no Evangelho de Mateus capítulo 6, versículo 11: “o pão nosso de cada dia nos dá hoje”.
A frase é pequena, mas sua importância na oração nos leva a meditar (pensar, refletir) a respeito. Para entender precisamos voltar ao Antigo Testamento, quando povo que havia saído do Egito, começa a murmurar, vejamos o livro de Êxodo capítulo 16, versículo 2 e 3: “toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto. Os filhos de Israel disseram a Moisés e Arão: quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a vontade! Pois vocês nos trouxeram a este deserto a fim de matarem de fome toda essa multidão”.
Deus então em seu majestoso amor e manifestação, diz a Moisés no versículo 4 do mesmo capítulo: “eis que farei chover do céu pão para vocês, e o povo sairá e recolherá diariamente a porção para cada dia. Eu os porei à prova para ver se andam na minha lei ou não”. Temos de compreender que o povo menosprezou de tal forma o livramento anteriormente recebido que desejaram ter morrido no Egito durante uma das pragas que foram lançadas aos egípcios. Isso nos mostra que os murmuradores são aqueles que dizem as coisas mais absurdas. O problema é que esse tipo de comentário acontece ainda hoje em nossos dias. Então todas as tardes o povo tinha a carne das codornizes, que segundo o livro de Números capítulo 11, versículo 31 a quantidade dessas aves era enorme: “então soprou um vento do Senhor, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial em todas as direções, numa extensão de cerca de um dia de caminhada, a uma altura de quase um metro sobre a terra”. E esses alimentos duraram todo o tempo de peregrinação pelo deserto, ou seja, de 40 anos, somente cessando quando adentraram na terra prometida.
Muitas vezes recitamos o Pai nosso sem prestarmos a devida atenção às suas palavras, sem também nos atentarmos que aqui está toda a história de um povo, que pode muito bem ser a nossa. Ao orarmos, não recitarmos, esta oração, Deus nos ouve e nos atende em todos os momentos, mas temos de nos atentar que ela contém alguns cuidados que devemos seguir para sermos atendidos, e que não damos a devida atenção. O povo quando estava no deserto teve todos os cuidados necessários para a vida, quando tinham sede, ao invés de pedir murmuravam, quando sentiram fome, foi providenciado pão fresco pela manhã, novo, parecido com a semente de coentro, e com o sabor do bolo de mel. Não precisavam se preocupar em guardar para o dia seguinte, pois Deus o providenciava. A tarde tinha as codornizes que podiam se saciar e ainda guardar, mas todas as tardes vinham em revoada até o arraial, e a quantidade era impressionante e não havia também a necessidade de guardar para o dia seguinte, pois também as teriam.
Volto então a dizer se orarmos o Pai nosso com o respeito e a reverencia que a oração impõe, com certeza nunca nos faltará o pão sobre a mesa, nem o alimento durante o dia, mas infelizmente achamos, do verbo achar, que não é necessário ter todo esse respeito, pois Deus é amor e nos atenderá sempre. Desculpe, mas ledo engano. Da mesma maneira que Deus é amor, Ele também é justiça, e todo coração que não está completamente sujeito a Ele não recebe a bênção como gostaria de receber.
Esta pequena frase na oração nos revela o quanto Ele nos ama, pois nos dá o pão diariamente., é só pedirmos com e na fé. Pois a própria palavra já nos diz na carta aos Hebreus capítulo 10, versículo 38: “mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, dele e minha alma não se agradará”. Vamos abrir esse texto par melhor entendimento: o meu justo – é aquele que foi justificado no Senhor. Viverá – no favor de Deus, uma vida espiritual e santa. Pela fé – enquanto mantivermos os olhos e o coração fixos no Senhor. E, se retroceder – se ele fizer ruina de sua fé, ou seja, sair do amor do Senhor, como fez o povo hebreu no deserto, a minha alma não se agradará – isto é, eu o abominarei, eu o desprezarei, como ensina o profeta Habacuque, capítulo 2, versículos 2, 4: “o Senhor me respondeu e disse: escreva a visão, torne-a bem legível sobre tábuas, para que possa ser lida até por quem passa correndo. Eis que a sua alma está orgulhosa! A sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé”.
E completando no Salmo 37, versículo 25 lemos que: “fui moço e agora sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão”.
Agora quando você for orar o Pai nosso tenha em mente que toda a oração é importante e não deve ser em momento algum um recitório, mas deve ser meditada (pensada, refletida) em sua importância para nossa vida espiritual, e sinta a Graça do Senhor sobre sua vida. Shalom.