segunda-feira, 29 de abril de 2024
TRAGÉDIA COM ÔNIBUS UNIVERSITÁRIO

Universitária que morreu em acidente em Umuarama tinha ossos de vidros e estudava nutrição

22/05/2019
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                                  A vida de Nayari Neri dos Santos, 23 anos, sempre esteve ligada aos hospitais e foi justamente durante uma cirurgia que a jovem faleceu na madrugada desta quarta-feira (22), em Umuarama. Nayari estava no ônibus que transportava estudantes universitários de Altônia e se envolveu em um acidente na rodovia PR-323 na noite de terça-feira (21).
                                 A colisão com um caminhão resultou em 11 feridos e, infelizmente o óbito da acadêmica, que cursava o segundo ano de Nutrição na Unipar, na modalidade semipresencial.
Na manhã desta quarta os pais de Nayari tiveram a ingrata missão de ir ao Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama.                                  No local, em meio a muita emoção e extremamente consternados, Ilda Neri dos Santos, 48 anos e João Queiroz dos Santos, 51 anos, conversaram com OBemdito.
Ilda conta que a filha nasceu com uma doença genética, a osteogênese imperfeita, conhecida popularmente como ‘ossos de vidro’. “A vida dela sempre foi uma luta. A Nayari já sofreu 37 fraturas, passou por 13 cirurgias. Tinha placas de titânio na coluna para manter ela mais ereta, pois a doença deforma muito. Então minha filha sempre foi uma guerreira”, diz.
Dedicação aos estudos
                                 Entre uma cirurgia e outra, a jovem sempre mostrou dedicação aos estudos. “O sonho era fazer universidade. Inicialmente ela pensou em cursar Psicologia, mas deixou de lado por se considerar tímida e acreditar que não iria conseguir falar com os pacientes. A gente que é pai, mãe, pensava que não seria bom ela ficar vindo de Altônia para Umuarama de ônibus. E por medo de não conseguir pagar para ela morar aqui, falamos pra ela fazer uma faculdade a distância, em Altônia mesmo. Mas como não tinha nenhum curso que ela se interessasse, quase desistiu.                                  Depois abriu vestibular para Nutrição semipresencial. Assim ela viajava só de segunda e terça e estava adorando a universidade. Ontem mesmo ela veio para fazer uma prova”, diz Ilda.
                                 A mãe também aponta que a filha era muito inteligente e esforçada. “Ela poderia estar aposentada se quisesse, por sua condição física, mas não queria ficar em casa parada. Por isso ela trabalhava como auxiliar administrativa no Sindicato Rural de Altônia, mexendo diretamente com processos de aposentadoria dos moradores da zona rural”, explica Ilda.
                                 Além disso, Nayari tinha uma caminhada junto à igreja. A mãe lembra que ela frequentava as missas e chegou a participar de acampamentos de jovens. “Quando ela chegou uma certa vez e disse que queria ir para um acampamento, a gente entrou em pânico. Como minha filha, cadeirante, iria para um acampamento? Mas ela foi mesmo assim e voltou muito animada”. (Fonte: O Bemdito)