sábado, 12 de outubro de 2024
PRODUTO COM FORMOL

Estou me sentindo fraca, com falta de ar e não consigo dormir – diz mulher que foi para a UTI após fazer progressiva

27/08/2020
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                     A moradora de Cascavel, no oeste do Paraná, Magali Rosa dos Santos, que teve uma parada cardiorrespiratória e foi parar na UTI (Unidade de Terapia Intensiava) após fazer uma escova progressiva no cabelo supostamente com uso de formol, disse que está psicologicamente abalada com a situação.

O formol é uma substância altamente tóxica e proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Tô sentindo fraca, com falta de ar, dor de cabeça, e estou bem debilitada e não consigo dormir porque eu tenho medo de dormir. Eu estou psicologicamente bem abalada", desabafou.
Ela também contou que está tendo quedas diárias de cabelo e que está fazendo tratamento com shampoo anti-resíduos. O caso aconteceu no domingo (16).
A Polícia Civil informou, na quarta-feira (26), que vai investigar e pedir para que sejam feitas perícias técnicas para apurar se o produto utilizado tem componentes não autorizadas pela Anvisa. Além disso, apurar se a parada cardiorrespiratória tem relação com o produto.
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TRÊS DIAS
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Após o procedimento no cabelo, Magali ficou três dias internada na UTI do Hospital do Coração. De acordo com o médico Lisias de Araújo Tomé, a vítima teve uma grave alergia ao produto químico usado no processo de alisamento do cabelo. Após chegar ao hospital, foi entubada imediatamente, caso contrário, poderia ter morrido, segundo o médico.
A Vigilância Sanitária informou que fará inspeção para verificar se salão usou formol durante alisamento. Magali afirmou que a cabeleireira usou a substância tóxica para fazer a progressiva.
A mulher relatou que se não fosse a ajuda do filho, de cinco anos, que correu para chamar o pai ao vê-la passando mal, tudo poderia ter terminado de uma maneira muito mais trágica.
"Eu cheguei na minha casa e lavei o cabelo porque eu não aguentava de dor, estava saindo sangue do meu nariz. E quando eu lavei, comecei a passar mal e meu filho chamou o pai dele, que estava voltando do trabalho, e me socorreu a tempo", declarou.
Na terça-feira (25), Magali contou que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e que também vai fazer uma reclamação ao Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR).
Sobre o suposto uso do formol, Magali afirmou que não sabia que o produto que a cabeleireira usou durante a progressiva continha a substância tóxica.
O uso indevido de formol em alisantes de cabelo pode causar diversos males à saúde como irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.
O médico Lisias de Araújo Tomé, que atendeu Magali, disse que o produto é tão forte que é usado para preservar cadáveres nos tanques de universidades para que alunos possam estudar neles. (G1 Paraná).