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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Terminamos os festejos do Carnaval de 2024, tivemos inúmeros acidentes em nossas estradas, como também diversos homicídios por brigas e outros fatores. Chegamos à Quarta-Feira de Cinzas, momento em que os fiéis da Igreja Católica vão às suas paróquias pedirem perdão e serem abençoados com as cinzas, que os lembrarão o caráter transitório do ser humano na Terra, ou seja, é uma lembrança ao homem de que, conforme a tradição cristã diz, do pó o homem veio e ao pó o homem voltará.
Inicia-se um período que é absolutamente o oposto de tudo que representa o Carnaval: a Quaresma. Na tradição cristã, a Quaresma é um período de penitência, marcado por jejuns, obras de caridade, leitura da Bíblia e muita oração, ou seja, todo o hedonismo carnavalesco é substituído por uma vida ascética, isto é, voltada para a espiritualidade.
Dentro desse contexto surgem duas práticas interessantes, a primeira é a Campanha da Fraternidade com o tema: "Fraternidade e Amizade Social", e o lema "Vós sois todos irmãos e irmãs", a campanha do Conic ( Conselho Nacional das Igreja Cristãs), a Semana de Oração pela unidade dos Cristãos com o tema: “AMARÁS O SENHOR TEU DEUS… E AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”.
Como cristão creio que seria muito bom se realmente levássemos esses temas como lema e tema para uma vida melhor e mais consagrada ao Senhor. Deixaríamos de ser tão maus e perversos, e adotaríamos uma atitude mais complacente com todos os seres humanos.
Hoje infelizmente a violência tomou nossas vidas de assalto, e usamos nossos meios de transporte como armas que mutilam e matam. Segundo diversas pesquisas o nosso País tem muito mais mortes por armas, sejam de fogo e ou armas brancas (facas) que muitas guerras ao redor do mundo. E se colocarmos nessa pesquisa as estatísticas de mortes no trânsito, então poderemos dizer que somos campeões Universais, pois extrapolamos em muito as médias mundiais.
Por qualquer ofensa ou por qualquer olhar estamos sendo mortos, uma discussão no trânsito pode resultar em morte, uma palavra mais forte dentro de nossas casas também pode levar a morte um membro dela. São pais matando filhos e filhos matando mais. São maridos que se julgam donos de suas esposas e as escravizam e as subjugam aos seus prazeres e esquecem que elas são tão humanas como eles. E esquecem que a própria palavra de Deus, a Bíblia, já nos aconselha na carta do apóstolo Paulo aos Efésios capítulo 5, versículo 28: “da mesma forma, os maridos devem amar as suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo”.
O marido não é dono, ele é companheiro, amigo, amante, e deveria respeitar sua esposa, assim como ela o respeita, dando-lhe carinho, amor e cultivando a santidade da casa.
O homem também é o responsável pela subsistência do lar, com o seu trabalho e seus filhos são o coroamento de toda essa vida em comum. Se começássemos a praticar essa atitude em nossas casas, estaríamos praticando o tema e o lema das duas campanhas. E com certeza nosso mundo seria mais justo, fraterno, e menos violento. Pois os filhos estariam sendo educados dentro da Palavra de Cristo, e seriam por sua vez respeitadores dos professores que os ensinam, e mais fraternos com os idosos quando os encontrassem. Se a Quaresma está aí para nos mostrar como devemos viver, porque não aproveitar para nos santificar e aos nossos lares. Shalom.