Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Passado os primeiros meses do calendário cristão, onde todas as festas estão concentradas, e temos o maior evento do Cristianismo, a Ressurreição de Cristo, chegamos agora no chamado tempo comum, que é o tempo preparado para nossa vivencia no Reino. É chamado também de segundo tempo comum, quando na verdade reforça o aprendizado das palavras de Cristo após a sua Ressurreição.
Em nossa Igreja Metodista comemoramos a Segunda parte do Tempo Comum, que também é o período mais longo, começa na Segunda-feira após Pentecostes e dura até a véspera do Primeiro Domingo do Advento, quando tem início o Ciclo do Natal.
Sua espiritualidade comemora o próprio ministério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos e enfatiza a vivência do Reino de Deus e a compreensão de que os(as) cristãos(ãs), são o sinal desse Reino. Se na primeira parte do Tempo Comum a ênfase é no anúncio, na Segunda é a concretização do Reino de Deus.
E para que haja um maior comprometimento dos cristãos, voltamos ao primeiro capítulo de Mateus, versículos de 7,8 que ensina: “e João pregava, dizendo: depois de mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desamarrar as correias das suas sandálias. Eu batizei vocês com água; ele, porém os batizará com o Espírito Santo”.
Ser batizado com o Espírito Santo não é simplesmente falar em outras línguas ininteligíveis, ou como estudamos glossolalia, quando falamos um idioma ou dialeto não compressível ao humano, e dizemos que falamos em língua dos anjos. O que o apóstolo Paulo nos ensina em Primeiro Coríntios capítulo 14, versículo 2 é o seguinte: “Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”. No versículo 4 Paulo continua falando e ensinando: “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja”. E no versículo 6: “E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?’
O batismo com Espírito Santo profetizado por João Batista, refere-se a um momento em nossa vida que nos entregamos voluntaria e totalmente a Cristo, e passamos a partir daí a obedecer a seus mandamentos e ordenanças de maneira fiel. Deixamos de ser simplesmente frequentadores de igreja, e auxiliares dos profissionais da limpeza que com carinho deixam tudo em ordem para a realização dos cultos e missas em nossas paróquias.
Esta releitura dos Evangelhos com apoio das cartas cristãs, escritas por diversos escritores, e que nos trazem grande ensino, nos levam a compreender nossa responsabilidade como propagadores desta maravilhosa palavra, pois constantemente somos lembrados das palavras de Jesus em Marcos capítulo 16, versículos 15 e 16: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Ora então para levarmos esta palavra ao mundo precisamos saber que nem sempre falaremos em línguas estranhas, mas podemos como aconteceu no Pentecostes falar em idioma conhecido e outras pessoas serão atraídos pela nossa palavra; mas, sempre teremos sobre nós o Espírito do Senhor que nos orientará, guiará e abençoará.
E este comportamento precisa começar não na igreja, mas dentro de nossas casas, pois não adianta sermos lideres abençoados na Igreja e em nossas casas sermos monstros devoradores.
O próprio Senhor Jesus nos diz que não pode a fonte jorrar duas águas, doce e salobra. Também não podemos ter o nosso espírito dividido.
Ser cristãos envolve obediência, que transforma o mundo, não obediência aos preceitos humanos, mas às ordenanças Divinas. Não recitar o Pai Nosso como um mantra, mas orar com sinceridade e amor meditando em cada palavra desta poderosa oração deixada por Jesus. Como também não podemos tentar andar em dois barcos ao mesmo tempo, ou nas palavras de Jesus obedecer a dois senhores, pois amaremos a um e desagradaremos ao outro.
Este momento litúrgico serve então para nos relembrar todas as nossas tarefas no Reino e cumpri-las com amor e dedicação. Pensem nisto. Shalom.