Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Neste domingo comemoramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, momento de grande expectativa de todos os envolvidos. Desde a preparação da entrada, quando Jesus fala aos discípulos que fossem a Jerusalém para buscar o jumentinho, conforme conta o evangelista Lucas no capítulo 19, versículos 30 ao 34: “Jesus enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: vão até a aldeia que fica ali adiante, e, ao entrar, encontrarão preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendam o jumentinho e tragam aqui. Se alguém perguntar: porque estão desprendendo? respondam assim: porque o Senhor precisa dele. E, indo os que foram mandados, acharam tudo conforme Jesus lhes tinha dito. Quando estavam soltando o jumentinho, os donos do animal disseram: porque estão desprendendo o jumentinho? E eles responderam: porque Senhor precisa dele”.
Chegamos ao momento da entrada de Jesus, diversos interesses estavam envolvidos. Um grupo havia presenciado a ressurreição de Lázaro, e então o saudavam pelo feito, mas ainda não acreditavam que Jesus era o Filho do Deus Vivo, mas sim um grande profeta, como os outros que constavam nos rolos que eram lidos nas sinagogas.
Havia também peregrinos que no entusiasmo da chegada foram para saudar a Jesus como rei de Israel que iria livrá-los do jugo romano. Um outro grupo, o de Simão o zelote, discípulo de Jesus, que liderava um grupo de revolucionários armados, e que tinha espalhado seus homens pela cidade, e espera uma palavra de ordem para atacar os romanos, aproveitando a multidão que Jesus sempre se ajuntava em todos os lugares por onde passava. E também os fariseus que procuravam um momento para prendê-lo, e tinha os gregos que detinham a religião pagã romana, e também eram os intelectuais da época. E o último grupo eram dos que haviam se convertido à pregação de Jesus, e o seguia por onde fosse. Resumindo temos o envolvimento de seis grupos participando.
Se prestarmos atenção a festividade da Entrada Triunfal não se resume somente em levar os ramos à Igreja, e depois levá-los pra casa como um amuleto religioso que pode nos livrar de todos os males, assim como a bíblia aberta no Salmo 91 também não nos livra de nenhum mal.
Seria de bom alvitre nos perguntar com sinceridade a qual grupo pertencemos, e qual tem sido nosso relacionamento com Cristo.
Será que ainda pertencemos ao grupo dos gregos que queriam conhecer a Jesus? Mesmo sabendo e vendo as maravilhas que Jesus faz em nossas vidas? Ou ainda estamos no grupo dos zelotes, armados e com arrogância vendo tudo que Jesus fez e faz, mas queremos a libertação sem reconhecer que o reino d’Ele não é desse mundo? Vamos a Igreja para criticar observar o irmão como ele se comporta ou como se veste? Veja o que Jesus diz no evangelho de João capítulo 4, versículos 23 e 24: “mas vem a hora – e já chegou – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espirito e em verdade. Porque são esses que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espirito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade”.
Precisamos estar no grupo daqueles que estavam em Jerusalém porque conheciam e reconheciam que Jesus era e é o Senhor, estavam ali não pela comida, que era servida, mas estavam ali pelo reconhecimento da autoridade de Jesus.
É importante que nosso coração esteja aberto para a entrada triunfal em nós. Que sigamos a Jesus não pelo milagre, mas pela vida que nos é oferecida. Não pela compra da bênção, e quando ela não vem, entramos na justiça pedindo a devolução do dízimo, pois Deus falhou, como li um tempo atrás, Deus bancou comigo o 171, ou seja, prometeu e não entregou, cometendo comigo o crime de estelionato. Nunca li no texto bíblico, que Deus cobra somas absurdas para nos abençoar, Ele simplesmente nos diz para que levemos à sua casa, o dizimo das primícias, e que nos abrirá as janelas dos céus e derramará bênçãos sem medida, Malaquias capítulo 3, versículo 10.
Ser adorador é diferente de ser especulador, adorar é viver em obediência, fidelidade ao Senhor. Por isso neste domingo olhemos ao nosso coração e busquemos a Cristo em verdade e o adoremos em fidelidade ao seu amor.
Ele veio, andou, comeu, chorou, dormiu ao relento, fez maravilhas, e morreu e ao terceiro dia ressuscitou para que tivéssemos de volta a vida roubada pelo pecado, basta que sejamos sinceros em nossa adoração, e o busquemos em primeiro lugar. Reflita sobre isso neste domingo da Entrada Triunfal e nos tornemos melhores em todos os aspectos da vida. Shalom.