domingo, 21 de setembro de 2025
CRÔNICA

Jesus confia em nós?

30/08/2021
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

No Evangelho de João capítulo 2, versículos 23-24, há uma afirmação que nos deixa muito preocupado. Após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, diz João, que muitos creram, mas Jesus não confiava neles pois a todos conhecia. Vejamos o texto: “estando Jesus em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos creram no seu nome quando viram os sinais que ele fazia. Mas o próprio Jesus não confiava neles, porque conhecia a todos”.
Por mais paradoxal que possa parecer, esta afirmação é verdadeira, pois podemos enganar a todos, mas não podemos enganar a Jesus, apesar de acreditarmos ser isto possível, daí algumas afirmações nossas, como Deus não está vendo.
O texto diz que muitos creram, esse fato para nós, diríamos sem pestanejar que eram pessoas realmente convertidas, mas sentir que Jesus afirma que não confia é apavorante, pois estaremos vivendo a fé somente de aparência e de mentira.
As palavras do evangelista nos parecem duras demais, mas foram aplicadas no ministério de Jesus e infelizmente hoje continua a mesma coisa, muita aparência, pouca realidade. Um discípulo genuíno é submisso e obediente à palavra de Jesus, conforme o mesmo evangelho capítulo 8, versículo 31: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos”. O entendimento de Jesus sobre a natureza humana penetra a superficialidade da fé nele por conta de seus milagres.
As declarações de João, tão simples, creio, que impressionaram os primeiros leitores de seu evangelho, assim como ainda hoje nos impressiona pela densidade da declaração, pois retrata uma verdade, e aqueles que creram nele naquele momento foram os mesmos que pegaram em pedras para atirar n’Ele.
O resultado do conhecimento progressivo da verdade, aqui eles não conheceram a verdade nem foram libertos pela verdade, fato necessário para o verdadeiro discípulo, e este problema é tão real hoje, quando vemos famílias se auto-destruindo, famílias que afirmam conhecer a Deus, e até podem freqüentar alguma igreja, mas seus atos não representam o que falam, vão a igreja como vão as festas e bailes de nossas cidades.
Nossas mídias afirmam que chega a assustar o fato de muitos adolescentes não possuírem nenhuma fundamentação religiosa, e continua dizendo, são menores sem nenhum conhecimento sobre os ensinamentos bíblicos e isto faz muita diferença na formação do cidadão.
Essa verdade sentida por pessoas que vivem para ajudar aos outros está mostrando que a falta de Deus na vida das pessoas é o maior inimigo a ser vencido.
Assim como os judeus não entenderam o propósito de Jesus em libertá-los da escravidão do pecado, nós também ainda hoje não entendemos do que precisamos nos salvar, pois a salvação em Cristo é na verdade a libertação de nossos próprios erros, em outras palavras é deixarmos de ser escravos de nós mesmos.
Quando Jesus tem confiança em nós, temos todo o seu amor disponível, somos libertados do jugo desleal do pecado, e recebemos os direitos de filhos no lar de Deus. A verdade que liberta foi apresentada pessoalmente por Jesus. O Filho que é a verdade, liberta os homens e lhes dá status de filhos e filhas para sempre, pois o Filho habita na casa do Pai sempre e sempre, e sua confiança em nós é fundamental para habitarmos junto com Ele. Precisamos viver, não somente irmos à igreja, precisamos aceitar viver de acordo com a Palavra, e não somente pela emoção, mas com sentimento de verdade em nossos corações.
Numa sociedade plena da graça de Deus, a violência não tem crescimento, os vícios não têm estrada, e todos vivem em paz. É difícil? Sim; mas possível se aceitarmos a fé no Filho Unigênito de Deus. Shalom.