sábado, 28 de setembro de 2024
CRÔNICA

Visão Celestial

10/07/2021
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Estudando a Bíblia hoje, na Carta de Coríntios capítulo 12, encontrei a palavra do apóstolo Paulo contando de um acontecimento de suma importância que ele vivenciou. Ele relata que foi arrebatado aos céus e ouviu “palavras indizíveis”, que poderíamos traduzi-las como palavras tão maravilhosas que seria incapaz de expressá-las humanamente.
Mas quando lemos este texto nas primeiras palavras ficamos em dúvida quem seria esse homem que teve esse arrebatamento, pois está na terceira pessoa. Mas, ao estudar o texto verificamos que esse homem era ele mesmo e por modéstia assim se apresenta. E que para sua vida foi radical esse encontro nos céus com o Deus Altíssimo. Sabemos que esta visão foi real, mas ele fala com reservas para evitar gloriar a si mesmo ao invés do Senhor, que havia lhe concedido tal privilégio.
Este homem que outrora um orgulhoso representante dos fariseus, e cioso de sua religião, agora se apresenta como o servo dedicado ao seu Senhor. Quando estudamos as duas cartas aos Coríntios, vemos que sempre fala com humildade. Vejamos quando se apresenta falando a respeito do dom de línguas, exorta a igreja a que tenham em mente que o simples falar não era o propósito senão o de louvar ou instruir a igreja, ensina no capítulo 14, versículo 18 da Primeira Carta aos Coríntios: “dou graças porque falo mais línguas do que vós todos”. Em outras palavras que não houvesse engrandecimento pessoal, mas que Deus fosse glorificado através de nossas atitudes.
Tal humildade também é apresentada aqui na segunda carta quanto ao seu arrebatamento. Aqui ele também alerta, que o gloriar-se era tolice e conta o fato acontecido com ele mesmo buscando não a gloria, mas realçando a Deus.
Sua maneira de viver tem o propósito de defender suas visões e revelações à vista dos falsos mestres. Sua visão podemos classificar como sendo: 1. pessoal - conheço um homem – 2. cristã – em Cristo (portanto, não pertencente ao judaísmo ou paganismo) 3. histórica – há quatorze anos (portanto uma data histórica – não uma ficção) 4. misteriosa – se no corpo.... não sei... 5. estática – foi arrebatado até o terceiro céu (como Enoque, Elias Ezequiel) 6. revelatória - ouviu palavras inefáveis; 7. indelével – foi-me posto um espinho na carne.
Paulo fala do Paraíso, indicado em sua visão como sendo o terceiro céu, lugar de comunhão bem-aventurada com Deus. Paulo não era capaz, nem tinha permissão de repetir o que tinha ouvido. Também não quer se gloriar, pois não era néscio, ou seja, não precisava, pois, falava a verdade, e ele os poupa de uma exibição de seus privilégios especiais, pois temia que alguém pudesse estimá-lo acima do que visse ou ouvisse dele. Não tinha o desejo de ser um super-homem, ou um herói, pois tinha o conhecimento da responsabilidade. Quando lemos o versículo 7 vemos também o porque de não querer se gloriar, pois foi-lhe posto um espinho na carne, que podemos dizer que foi pela sábia e graciosa providência de Deus, que poderia ser uma dificuldade ou aflição muito intensa ou enfraquecedora, para evitar que se exaltasse pelas excelências das revelações.
Embora fosse inútil tentar identificar o espinho, ele causou grande consternação em Paulo, e para lembrá-lo que ainda era homem, que tinha tendências orgulhosas. Paulo ora especificamente por causa disto e encarecidamente pede ao Senhor, e com o propósito que o afastasse dele. A resposta divina, “a minha graça é o que basta a você”, o leva compreender que apesar desse espinho ele tinha a Graça de Deus sobre ele, ou podemos dizer que apesar do sofrimento ele teria toda a ajuda de Deus para suportar, pois estaria sendo aperfeiçoado. E aqui é que fico a pensar, será que teríamos, ou temos, essa humildade de ouvir de Deus essas palavras e aceitar e viver continuamente no amor e na Graça? Shalom.