domingo, 20 de julho de 2025
CRÔNICA

O Sabor da Confiança

18/07/2025
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista


Há sabores que não se explicam — só se experimentam. Como o gosto de um café feito por mãos que amam, ou o aroma de pão saindo do forno numa manhã fria. Assim também é a bondade de Deus, segundo o salmista: algo que se prova, não apenas se ouve falar. 
Davi no Salmo 34, versículos 8 e 9 vem nos fazer cantar essa palavra de vida: “Provem e vejam que o Senhor é bom; bem-aventurado é quem nele se refugia. Temam o Senhor, vocês que são os seus santos”.
“Provem e vejam como o Senhor é bom.” O convite é direto, quase íntimo. Não é uma ordem, mas uma provocação amorosa. Como quem diz: “Venha, tire a dúvida por si mesmo.” Não se trata de uma fé herdada, decorada ou imposta. É uma fé vivida, saboreada, que nasce da experiência pessoal com o divino.
Na correria dos dias, entre boletos e notificações, é fácil esquecer que há um Deus que se deixa encontrar. Que não se esconde atrás de dogmas, mas se revela no cotidiano — na gentileza inesperada, no silêncio que consola, na força que surge quando tudo parece desabar. O salmista não fala de um Deus distante, mas de um Senhor que se torna abrigo. “Como é feliz o homem que nele se refugia!” — não o que apenas acredita, mas o que se lança, confiante, nos braços da graça.
Refugiar-se em Deus é mais do que rezar em momentos difíceis. É viver com a certeza de que, mesmo quando tudo falha, há um lugar seguro. É como entrar em casa depois de uma tempestade: molhado, cansado, mas acolhido. A felicidade, aqui, não é ausência de problemas, mas presença de paz.
E então vem o segundo verso: “Temam o Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem.” O temor, nesse contexto, não é medo. É reverência. É reconhecer que há algo maior, mais sábio, mais justo. É viver com o coração inclinado, não por obrigação, mas por admiração.
Nada falta aos que o temem. Que promessa ousada! Mas talvez o segredo esteja em redefinir o que é “faltar”. Não é que nunca enfrentaremos escassez, mas que, mesmo na falta, haverá sustento. Pode faltar dinheiro, mas não faltará dignidade. Pode faltar resposta, mas não faltará presença. Pode faltar força, mas não faltará graça.
Essa crônica não é sobre religião. É sobre encontro. Sobre provar, ver, sentir. Sobre deixar de lado a teoria e mergulhar na prática. Porque há coisas que só se entendem com o coração. E Deus, segundo o salmista, é uma dessas coisas.
Então, que tal aceitar o convite? Provar. Ver. Refugiar-se. Temer com amor. E descobrir, talvez pela primeira vez, que o Senhor é bom — não porque disseram, mas porque você experimentou.
Pense nisso e venha provar o amor incondicional, a graça duradoura. Shalom.