quinta-feira, 28 de março de 2024
CRÔNICA

Interessante, nós nos achamos

21/10/2019
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Interessante, hoje nós nos achamos os melhores, achamos, do verbo achar, que podemos realmente viver sem Deus. Achamos que somos totalmente independentes e que conversar com Deus é coisa de quem não tem o que fazer. Mas essa atitude não é nova, os israelitas no tempo do profeta Malaquias já agiam dessa maneira.
O livro do profeta Malaquias no capítulo 3, versículos de 13 ao 18, nos relata essa atitude, vamos ver primeiro os versículos 13 ao 15: “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam”.
Vejam que as palavras que o profeta escreve se refere ao tempo em que Israel era dividido em dois reinos, tendo dois reis, vivia tempos de relativa prosperidade, não com fausto. E podemos dizer que é o mesmo tipo de tempo que vivemos hoje dia.
Hoje diversas teologias atuam tentando dizer que para ser realmente feliz é preciso ordenar a Deus o que queremos, quando na verdade continuamos sua criação e não seus senhores. Como criaturas não damos ordem, mas obedecemos à ordens, e como tem sido difícil ser obediente.
Este livro é mais atual que nunca! Parece falar aos cristãos de nosso tempo. Parece que o profeta está a nos dizer parem de brincar de crentes em Cristo. Se prestarmos bem a atenção é possível ouvir sua voz pelas ruas de nossas cidades, e de nosso País convidando a todos ao arrependimento, e a volta à obediência. Nosso tempo é marcado por diversas teologias que nos ensinam que prosperidade é o nosso bem maior, e que se pode viver sem Cristo, somente pela nossa inteligência e ação. Essa atitude se parece com a velha canção de ano novo que diz: “adeus ano velho, feliz ano novo, que no novo ano tudo se realize, muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender”, Cristo não é necessário.
A filosofia secular ou mundana como dizem alguns, se agarra ao coração como piche na sola do sapato, escurece e embota o coração deixando endurecido e faz com que as paixões do mundo inundem e corrompam o entendimento, deixando-nos a mercê dos pecados. A palavra do Profeta é também para um povo com o coração e o entendimento endurecido pelo pecado e pelas paixões mundanas. A palavra e a ação do povo tornavam-se dura para com Deus, e a palavra deles é muitas vezes proferida hoje: “inútil é servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e andamos lamentando diante do Senhor dos Exércitos?”
Mas o Senhor adverte que não adianta querer o benefício dos fiéis se somos infiéis. Como não adianta querer as bênçãos daqueles que seguem e servem em obediência, se se age como os ímpios agem.
Será que nunca ouvimos falar daqueles que estão decepcionados ou zangados com Deus? e Jesus afirmou que a boca fala daquilo que o coração está cheio, o que significa dizer que os que zombam ou falam mal de Deus, já estão infelizmente com seus corações distanciados d’Ele. E essa condição de distanciamento de Deus resulta em outra característica marcante: tem a mente cauterizada e insensível.
Neste texto do profeta, Deus mostra a diferença entre o ser justo e ser ímpio e promete misericórdia aos que o servem. Não custa lembrar que o ímpio é aquele que já ouviu e conheceu as maravilhas de Deus e se afastou porque achava que ainda não era a hora de ser fiel, e sua volta ao pecado o torna muito mais desesperançoso e longe do Senhor e sua prática é ouvir ao inimigo que sempre o aconselha a se afastar mais da verdade, e em seu afastamento tem sua mente cauterizada e insensível e fica incapaz de reconhecer a providencia de Deus e passa a exaltar a felicidade efêmera do pecador. Não trilhe esse caminho de desesperança, mas venha e se abrigue no amor e no carinho do Senhor Deus, que a todos ama incondicionalmente. Shalom.