Goionews - Todo mundo lê!

Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Estamos nos aproximando da chamada festa popular, onde todos se transvestem e desaparece sua verdadeira personalidade. O Carnaval, ou como é chamada na língua latina “Carnevale”, já nos fala tudo. E pensando nesse momento quero compartilhar o texto de Paulo aos Romanos no capítulo 1, versículos 16 e 17: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: o justo viverá pela fé”.
Há algo nas palavras que nos confronta, nos desperta e, por vezes, nos transforma. E quando Paulo escreveu aos romanos, declarando que não se envergonhava do evangelho de Cristo, ele não estava apenas expressando uma crença pessoal; ele estava descrevendo uma força que mudava vidas, destinos e até mesmo a própria história.
Imaginem Paulo, um homem antes ferrenhamente contrário aos seguidores de Cristo, parado frente a frente com seu próprio passado e proclamando que o evangelho era "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê". Não há hesitação, dúvida ou meia convicção. Há ali, naquelas palavras, uma coragem que transcende o ordinário. Afinal, falar de Cristo em um mundo romano pagão e hostil não era um caminho fácil.
Mas Paulo compreendia algo que poucos percebem à primeira vista: o evangelho não era uma mera ideologia ou filosofia entre tantas outras. Ele o descreve como "poder". Poder que revela justiça. Poder que não se esgota, que alcança judeus, gregos, todos. Poder que ultrapassa fronteiras culturais, sociais e até temporais.
E é aqui que nos encontramos. Quantas vezes hesitamos em falar das nossas convicções por medo de rejeição, zombaria ou incompreensão? Vivemos em um mundo onde parecer "bem-visto" muitas vezes pesa mais do que ser autêntico. Mas Paulo, ao dizer que não se envergonhava do evangelho, não estava só declarando sua fé. Ele estava nos desafiando.
Há, no evangelho, algo que nos confronta porque nos convida a mudar. A justiça de Deus é revelada de fé em fé, escreve Paulo. Isso significa que não há ponto de chegada sem a partida. A cada passo, somos chamados a confiar mais, a depender mais, a viver mais profundamente essa realidade transformadora.
E ainda assim, é difícil. Nem sempre vemos o "poder" tão claramente. Às vezes, nossas vidas parecem distantes da transformação que esperávamos. Mas talvez a beleza do evangelho esteja exatamente nisso: ele não depende do nosso esforço, mas da fé que ele próprio gera. Um ciclo de graça que começa e termina em Deus.
Romanos 1.16-17 não é apenas um texto. É uma declaração ousada que continua ecoando. É um lembrete de que o evangelho, quando abraçado sem vergonha ou medo, move não apenas vidas individuais, mas o mundo ao redor. Paulo sabia disso. E hoje, mesmo que o contexto tenha mudado, o convite é o mesmo.
Então, podemos perguntar a nós mesmos: estamos dispostos a viver com essa coragem? A deixar que o poder de Deus manifeste sua justiça em nós, um dia de cada vez? Talvez seja isso que Paulo quis dizer quando falou que "o justo viverá pela fé". Uma vida que não teme, mas que avança, confiando que o poder que transformou Saulo em Paulo ainda está ativo, movendo o mundo. Pense e analise esta palavra de vida, e nestes dias viva mais intensamente a Palavra que transforma e dá vida. Shalom.