domingo, 9 de fevereiro de 2025
“DOR QUE NUNCA VAI PASSAR”

Adolescente assassinada na região de Goioerê foi sepultada sem velório. Pai pede justiça

07/02/2025
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Valdecir Pinto e Valdivino Pinto, pai e avô de Flávia Gabriely Pires Pinto, pedem por justiça após a morte da jovem que passou 23 dias desaparecida no Paraná. Ela foi sepultada na manhã de sexta-feira (7), no cemitério municipal de Jesuítas (55 km de Goioerê), onde morava com a família.

O corpo dela foi encontrado em um córrego em Jesuítas. A jovem, que tinha 17 anos, que era procurada desde 13 de janeiro, sumiu após deixar a casa do namorado.

Por conta do estado avançado de decomposição em que o corpo estava, não houve velório. Durante o sepultamento, os familiares participaram de uma celebração religiosa.

À RPC, Valdivino contou que os dias em que a neta ficou desaparecida foram difíceis, mas tinham esperança de que ela fosse encontrada com vida.

"É um sentimento de dor que parece que nunca vai passar. Hoje está completando 25 dias de luta, choro e lágrimas, sem poder dormir, sem se alimentar, tudo em busca da menina. Espero justiça. Quando recebemos a notícia não foi fácil, abalou a nossa vida mais ainda, pois nós esperávamos encontrar ela com vida", disse o avô.

O pai, Valdecir, afirma que para amenizar a dor, tenta focar nas lembranças boas com Flávia. "Não tem como expressar o que eu estou sentindo. Eu espero que justiça seja feita. O que desejo agora é ter paz na família. Creio que as lembranças e o que há de melhor a gente tem guardado e isso vai dar um pouco de alegria para nós e unirmos as forças para ir vencendo", declarou o pai.

AUTOR PRESO - O cunhado de Flávia foi preso preventivamente na quinta-feira (6), suspeito de ser o autor do assassinato da adolescente. Nesta sexta-feira (7), ele passou por audiência de custódia e foi encaminhado para a cadeia de Assis Chateaubriand.

O caso é tratado pela polícia como morte violenta, ou seja, homicídio é uma das linhas de investigação. De acordo com o delegado Leandro Vadalá, responsável pelas investigações, o cunhado de Flávia tem 19 anos e é marido da irmã dela. O nome dele não foi divulgado.

O delegado disse que foi o próprio cunhado quem indicou o local onde ela foi encontrada. A revelação veio após ele ser confrontado pelos policiais durante depoimento.

Ainda de acordo com Vadalá, inicialmente o homem negou envolvimento com o desaparecimento de Flávia, entretanto, durante as investigações, os policiais descobriram que o cunhado buscou a jovem no dia em que ela sumiu.

Imagens de câmeras de segurança que foram divulgadas enquanto ela era procurada mostraram a jovem andando sozinha na rua pouco após deixar a casa do namorado.

"As diversas imagens e os elementos investigativos que foram angariados dentro do inquérito demonstraram realmente que ele estaria no local e inclusive teria buscado a vítima no momento do desaparecimento dela", disse o delegado.

Na versão apresentada pelo suspeito à polícia, ele alegou ter saído para usar drogas com Flávia. Conforme o suspeito, no local, ele a empurrou no riacho. A investigação não apontou, até o momento, a participação de outras pessoas na morte.

A família nega que a jovem usasse drogas e o corpo deve passar por perícia do Instituto Médico Legal (IML). Também não há indícios de relação amorosa entre ele e Flávia.

O cunhado da vítima não tinha antecedentes criminais. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil (PC-PR) de Formosa do Oeste, que atende a região de Jesuítas. (G1 Paraná).