quinta-feira, 19 de setembro de 2024
ACIDENTE COM 62 MORTOS

Cenipa não aponta culpados da queda de avião que matou casal de Moreira Sales 

10/09/2024
  • A+ Aumentar Fonte
  • A- Diminuir Fonte

O CENIPA - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – apresentou um relatório preliminar sobre a queda do avião da Voepass, que saiu de Cascavel com destino a São Paulo e caiu na cidade de Vinhedo, há exatamente um mês, dia 9 de agosto, matando 62 pessoas, entre elas o casal de Moreira Sales, Hiales e Daniella Fodra, que moravam em Ubiratã.

CLIQUE AQUI E RECEBA NOTÍCIAS DO GOIONEWS EM SEU WHATSAPP

O relatório não aponta culpados, e apenas faz um "balanço" do ocorrido no dia da tragédia que matou 62 pessoas. O Cenipa disse que os pilotos do avião da Voepass comentaram problema no sistema antigelo - boot das asas - logo no início do voo. 

"Os tripulantes comentam sobre falhas no sistema de boot das asas (os que quebram o gelo)", afirmou o tenente-coronel Paulo Mendes Fróes, chefe do Cenipa. O chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, disse porém que isso ainda não foi confirmado por dados. "Isso é uma fala extraída que um dos tripulantes indicava que haveria uma falha no sistema de de-icing (degelo), mas essa informação não foi confirmada no sistema de dados", afirmou Moreno.

Com as gravações obtidas verificado ainda que o sistema AIRFRAME DE-ICING, responsável por evitar que ocorresse acúmulo de gelo nas asas, foi ligado e desligado por diversas vezes. Apesar disso as manutenções estavam todas em dia. 

A aeronave fabricada em 2010 estava certificada para voo em condição de gelo, e os pilotos possuíam treinamento específico para esse tipo de voo. Integrando a tripulação do PS VPB, havia também duas comissárias. Ambas possuíam a Licença de Comissária de Voo (CMS) e estavam com as habilitações para a aeronave tipo AT47 em vigor", disse o Investigador Encarregado.


A TRIPULAÇÃO NÃO DECLAROU EMERGÊNCIA. 

O relatório final do Cenipa não tem prazo para ser divulgado, mas deve ser concluído em um ano. Os relatórios do Cenipa não apontam culpados, mas o conjunto de fatores que levaram ao acidente. A partir disso, são emitidas recomendações e determinações para melhorar procedimentos, o projeto da aeronave, ou outros aspectos técnicos.

"As investigações ainda se encontram em andamento sobretudo em relações a fatores humanos e técnicos", disse o tenente-brigadeiro, Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica.

RELATÓRIO: O documento aponta que a aeronave decolou do aeroporto de Cascavel com destino ao aeroporto de Guarulhos, a fim de realizar transporte aéreo público regular. Durante o voo em rota, a tripulação perdeu o controle da aeronave.

A cronologia do voo apontou que ás 13h21 o "controle da aeronave foi perdido e ela ingressou em atitude anormal de voo".

O Cenipa relatou que no momento da queda foi constatado que:

Iniciaram-se ruídos de vibração da aeronave, juntamente com o acionamento do alarme "Stall"
Perda de controle da aeronave e entrada em situação anormal de voo.
Neste ponto, a aeronave inclinou-se 52 graus para esquerda e depois 94 graus à direita, completando um giro de 180 graus em sentido horário.

Na sequência, o giro foi revertido para o sentido anti-horário, completando 5 voltas em "parafuso chato" até colisão contra o solo
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), no início da tarde de sexta-feira (9/08). Não houve sobreviventes.

A aeronave foi fabricada em 2010 e passou a integrar a frota da empresa em setembro de 2022, capacidade máxima de 68 passageiros e altitude de 25.000/ft. O relatório apontou que um alarme  do Ice Detector (detector de gelo) soou no avião indic

ando gelo nas asas do avião, como aviso aos pilotos para tomada das medidas para diminuição. O plano de voo para o trajeto Cascavel/Guarulhos era de altitude de 17.000/ft. Foi detalhado que para o dia 9 de agosto havia a previsão de gelo severo no trajeto. A tripulação não declarou emergência antes do avião cair.