sábado, 23 de novembro de 2024
CRÔNICA

 A amargura

30/06/2024
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista


Há 9 anos atrás, eu escrevi esta crônica que hoje volto a publicar. Seu assunto nunca esteve tão em evidência como agora. Olhando para o mundo, e com filhos e neto psicólogos em conversa com eles, pude notar que a maioria das pessoas que vão aos consultórios com os mais variados tipos de doença, estão também enfermando a alma. O corpo pode ser tratado com medicamentos, mas quando a doença se transforma em enfermidade e atinge nossa alma, é preciso de conversão, ou seja mudar o rumo da vida. Dessa maneira volto a publicá-la por sua necessidade atual. Leia com atenção, e depois busque a orientação do Senhor Jesus.
“Nesta semana quero falar a respeito de um sentimento que infelizmente é muito comum, mesmo entre os cristãos. A amargura.  E a Bíblia nos ensina a esse respeito na carta aos Efésios, capítulo 4, versículo 31 dizendo: “longe de vós toda a amargura e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia”. E também na Carta aos Hebreus no capítulo 12, versículo 15 ensina: “cuidem uns dos outros, para que nenhum de vocês deixe de alcançar as melhores bênçãos de Deus. Vigiem para que nenhuma amargura crie raiz entre vocês, pois quando ela brota, causa profunda perturbação”.
Este sentimento, creio ser o pior entre todos os sentimentos ruins, pois ele pode nos adoecer profundamente e se não tratado pode nos levar a morte, por transformar-se em depressão.
Vamos estudá-la um pouco, existem três tipos de amargura. A amargura revelada, a amargura alcançada e a amargura presenteada.
A amargura revelada é a nossa própria amargura, que fomos deixando criar raízes em nossa alma com o passar do tempo, é o que escrevemos acima da Carta aos Hebreus que nos exorta a andarmos de maneira diferente ao do mundo. Somos chamados a sermos verdadeiros, ou seja, falar e andar na verdade, temos que evitar a falsidade em nossas palavras, como o apóstolo Paulo nos  ensina na Carta aos Colossenses, capítulo 3, versículo 9  “não mintais uns aos outros; a vida velha que vocês levavam, com toda a sua perversidade, é que fazia essa espécie de coisas; agora ela está morta e desapareceu”.   “Pois se andarmos na verdade do amor não seremos induzidos ao erro pela astúcia de muitos.  Tudo é possível àquele que é instruído na verdade em Jesus. Não devemos pronunciar palavras torpes que possam entristecer o Espírito Santo”, palavras do Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios, capítulo 4 versículo 15. a palavra torpe significava no original algo podre, pútrido. Este tipo de amargura nos condena a viver uma vida triste, onde a alegria não consegue furar o bloqueio da mágoa. 
A amargura alcançada, vem sendo muito usada nos tempos atuais, é o tipo de amargura que vamos conquistando ao longo de nossas vidas.  São situações não resolvidas ou situações em que não queremos resolver. Uma discussão em casa, uma briga por causa de roupa entre irmãos, uma palavra mais áspera do marido ou da esposa, são momentos que acreditamos que superamos, mas que infelizmente não foram resolvidos, e sempre tornam a voltar todas as vezes que algo semelhante acontece.
E por último a amargura presenteada, esse tipo de amargura é a pior de todas, pois inflama nosso interior, não  buscamos saber a verdade, simplesmente a aceitamos como nos é contada, ou seja, aquilo que deixamos brotar em nosso coração sem termos certeza que ali está a verdade. Os livros do Antigo Testamento também nos falam em procedimentos que trazem sobre nós a calamidade e que infelizmente atinge até nosso próprio coração, como vemos precisamos estar firmes e sabermos lutar contras as ciladas armadas pelo maligno para que nossa adoração não chegue contaminada na presença do Senhor.
São sentimentos que nos levam a não sermos fiéis e batalhadores na Seara, pois sempre achamos que o outro está fazendo errado, ou uma vez que já prejudicou ao meu amigo, irá sem dúvida prejudicar a mim também. 
Amargura nos afasta da Graça do Senhor, nos tira do seu amor, desta maneira é necessário que limpemos nosso coração, que saibamos realizar a vontade do Senhor com alegria  e tomemos cuidados com palavras podres ou com pensamento podres que podem atrapalhar nosso convívio na fé”.  Shalom.