
Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Estaremos comemorando neste domingo um dos momentos mais impressionantes da Religião Cristã. Todas as Igrejas cada uma dentro de sua doutrina estarão falando da triunfal entrada de Jesus em Jerusalém. Cada um dos evangelistas fala do fato observando a ótica para quem estava escrevendo. Mateus procura realçar o que havia sido dito pelo profeta Isaías e como todos os judeus esperava que Jesus ali oficializasse seu reinado e os livrasse da opressão romana.
Marcos escreve seu Evangelho para os romanos, desta maneira omite os dados genealógicos de Jesus, pois isto não interessava aos romanos mais habituados ao poder e ao conquistador, seu relato da entrada triunfal é cheio de ação e também de demonstração de força.
Lucas o médico, companheiro de Paulo em suas peregrinações, e que também esteve junto com os apóstolos, escreve em seu Evangelho mostrando o homem Jesus como aquele que veio para salvar os que se haviam perdido. Ou seja, a todo homem e mulher que ainda não conheciam a formosura e a bondade deste Homem. Seu relato busca mostrar que Jesus se condoía com a situação de Jerusalém, marcada pela corrupção moral e religiosa.
João o discípulo amado, fala do amor com que Jesus amou, e afirma que Ele é a luz que veio para iluminar o caminho de todo aquele que busca por Deus. Seu relato da entrada triunfal mostra a universalidade da pregação de Jesus, de seu envolvimento com o Pai, de seus momentos de conversa a sós e de sua majestade entre todos nós.
Mas, havia também entre os discípulos homens que esperavam que Jesus desse um sinal para atacar aos romanos e tentarem retomar a liberdade perdida, como o zelote Simão, que se uniu ao grupo por ver ali uma oportunidade de fazer a revolução, pois Jesus estava levantando multidões e era isto que ele precisava para seus intentos.
Neste momento da entrada triunfal todos gritam, mas a palavra de ordem era Bendito ao Rei que vem em nome do Senhor! Esta palavra representava que Jesus era o herdeiro direto de Davi, e que vinha para salvar a Israel de seu jugo, de sua escravidão. Todos esperavam por essa ação de Jesus, mas João escreve em seu Evangelho que Jesus retirou-se e ocultou-se deles, pois sabia que apesar de ter realizado sinais miraculosos na presença deles, ainda não criam n’Ele.
É interessante como ainda hoje vemos as mesmas cenas se repetirem, conhecemos a boa Nova pregada por padres e pastores, temos em nossas casas o Livro Santo, mas não cremos em Jesus como o Deus Encarnado e vivo entre nós, que pode nos abençoar e nos ajudar em nossos problemas domésticos. Ou naqueles que julgamos impossíveis de serem resolvidos, e buscamos ajuda onde não temos ajuda. O acusamos de todas as mazelas que cometemos, e ficamos a perguntar, por que isto nos acontece? Será que Deus não vê a fome que existe no mundo? Será que Deus não se incomoda quando uma criança morre? Por que não sou curado de minha doença? Nossa memória é realmente muito curta, a fome existe no mundo porque somos egoístas e não queremos repartir a sobra que temos. Uma criança morre por falta de alimento, medicamento, amor, e não por sentença divina. Não somos curados de nossas doenças, porque não queremos ser tratados de nossas enfermidades espirituais que são muito mais perigosas. Como vemos ainda não aconteceu em nossas vidas a Entrada Triunfal de Jesus, quando ela ocorrer muita coisa será transformada no mundo inteiro. Shalon.