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O julgamento de duas das nove presas acusadas da morte trouxe à tona detalhes sobre como foi o julgamento pelo Tribunal do Crime, realizado dentro da cadeia de Goioerê, que condenou à morte a goioerense Gislaine Aparecida de Oliveira, pelo fato de, no ano de 2009, ela ter matado uma criança envenenada e por isso estava cumprindo pena de 21 anos de prisão.

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A morte de Gislaine aconteceu no dia 1º de setembro de 2019, dentro de uma cela da cadeia pública de Goioerê. Antes disso houve uma série de fatos, como a transformação da cadeia pública de Goioerê em presídio feminino. Com isso, segundo a investigação, presas de outras comarcas vieram para Goioerê, entre elas presas pertencentes a facções criminosas.

Essas presas faccionadas logo buscaram dominar a cadeia e uma das medidas foi saber o motivo pelo qual cada uma das detentas estavam presas, logo descobrindo que Gislaine tinha matado uma criança e, conforme depoimentos de testemunhas, a facção não aceitava o homicídio de crianças.

Conforme consta no processo, no dia 29 de agosto, três dias antes do crime, houve uma interceptação telefônica, através da “Operação Tentorium”, autorizada judicialmente, que investigava a organização criminosa na cidade de Guarapuava, que captou o momento em que Gislaine foi “interrogada” pelo Tribunal do Crime e contou detalhes de como matou a criança. Várias pessoas participaram da “conferência”, cujo resultado foi a sentença de morte de Gislaine.

A ré do Tribunal do Crime foi espancada e morta por enforcamento. Antes ela foi obrigada a escrever uma carta se dizendo arrependida de matar a criança e por isso estava tirando a própria vida.

Nas investigações foram identificadas nove pessoas, todas mulheres, que supostamente participaram do Tribunal do Crime e na execução da morte de Gislaine. Outras pessoas ainda não foram identificadas. Duas das pessoas identificadas foram julgadas na última terça-feira, 6, e condenadas a 21 anos de prisão cada uma, por homicídio triplamente qualificado e fraude processual.