Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Chegamos ao Advento, indicativo do Natal, onde comemoramos nossa fé em Jesus , Deus vivo, que se fez carne e habitou entre nós. Caminhou, comeu da nossa comida, dormiu ao relento, chorou a morte de um amigo, ensinou 12 homens e ajudou a discipular outros tantos, como nos conta o texto bíblico no Evangelho de Lucas capítulo 10, versículo 1: “Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir”, (Bíblia de Jerusalém)
Quando estudamos o texto verificamos que Jesus está chegando ao fim de seu ministério entre nós. Um ano antes Ele já havia enviado os doze para anunciar as Boas Novas de Salvação, agora envia setenta e dois outros discípulos, que foram ensinados pelos doze primeiros.
Dá algumas ordens de como os discípulos deveriam se comportar, mantenham o foco, e em todos tempo, estejam em oração, olhai o caminho e vigiem. Para nós hoje pode parecer estranho essa ordem, mas dentro do contexto da nascente fé, era importante esse compromisso. Podemos achar exagero, mas ainda hoje é necessário que se mantenha o foco, para em primeiro lugar nossas vidas, depois para aqueles que fazem parte de nosso circulo de amizades. Também devemos saber que ao mantermos essa orientação em nossas vidas, com certeza seremos melhores cidadãos, e dentro de nossas casas seremos melhores filhos, maridos, esposas, sogros e sogras. Pois em tudo mostraremos a face de Cristo, nosso estudo será melhor, nosso trabalho será muito mais qualificado e com qualidade, pois seremos discípulos do Senhor.
O Advento não deve ser somente um tempo dentro do calendário da Igreja, mas deveria ser um tempo de reflexão de nossas vidas de como estamos nos orientando como cristãos.
Tudo hoje nos mostra que a volta de Cristo é iminente, os cientistas olham para o céu e em todos os momentos noticiam de asteroides enormes com possibilidades de matar toda a humanidade, outros procuram planetas onde um sopro de vida possa recomeçar. Os governantes se reúnem, para discutir o clima, e a reunião interessantemente é no maior exportador de petróleo do mundo. Afirmam que os “trilhões” gastos com armas deveriam ser gastos com melhoria do clima. Fala-se uma coisa e faz-se outra.
Um determinado País proclama que agora tem um foguete que pode atingir outro País que está no outro lado mundo antes que ele possa reagir. Outro diz que tem uma bomba que mata o ser humano, leia-se na verdade todo animal de sangue quente, mas não destrói a natureza ou as edificações. Será que eles acreditam que ficarão com todo o mundo após jogarem suas bombas? Será que acreditam que nenhuma das nações alvos também não estão se preparando para os atingir nos mesmos moldes?
A Rússia que invadiu a Ucrânia acreditava que seu poder bélico faria uma guerra de poucos dias, e sairia vitoriosa, mas sua guerra já está durando quase dois anos, e a tão proclamada vitória não chega. No Oriente Médio o Hamas também acreditava que com seu ataque fulminante proclamaria vitória em alguns poucos dias, e que mataria todos os inimigos sem deixar que fosse atacado. A Síria que ninguém mais fala continua em guerra civil, ou seja, continua exterminando sua população, mas não é mais motivo de notícia.
O mundo está todo convulsionado, com dezenas de pequenas ou médias guerras. O número de pessoas refugiadas pelo mundo só aumenta, e os sem pátria idem. O mundo produz alimento, mas devido às guerras não chega aonde é preciso. As fronteiras cada dia se tornam mais fechadas, e os governantes buscam na guerra uma maneira de se perpetuarem no poder. E continuamos a proclamar que somos cristãos. Fazemos dos períodos litúrgicos uma fachada sem conexão com a nossa vida. Vamos a igreja por simbolismo religioso e social, não por adoração ao Senhor da Igreja.
Dessa maneira chegamos a mais um Aniversário importante da história, e mudamos o símbolo, hoje acreditamos em um boneco, inventado no final da Segunda Guerra, e dizemos que ele é o Natal. Tiramos Cristo do centro e o colocamos fora do contexto. Nossos governantes dão a chave da cidade para esse símbolo do consumismo, e fazem grande alarde. Esquecemos que somos discípulos. Vamos neste domingo que começa o Tempo do Advento, buscar dentro de cada um de nós a fé que tanto guardamos, que infelizmente parece que esquecemos onde a colocamos. Fique na Graça do Senhor Jesus, alimente sua fé, transforme sua vida, e assim mudemos o mundo. Shalom.