Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Recebi esta semana um vídeo de um acontecimento com o Primeiro Ministro da Inglaterra Winston Churchill, muito interessante.
O vídeo conta que o Primeiro-Ministro estava indo de taxi para entrevista em uma rádio na capital inglesa e quando chegou à radio, pediu que o motorista do taxi esperasse um pouco, o motorista que não o havia reconhecido avisou-lhe que não demorasse muito, pois queria ir para casa e escutar a entrevista do Primeiro Ministro.
Winston então fez o que ele mesmo chamou de prova de guerra, tirou da carteira uma nota de 10,00 libras esterlinas, uma pequena fortuna, e a deu ao motorista, que entusiasmado disse: “Obrigado senhor, por esse presente espero-o o tempo que quiser, e que o primeiro ministro vá para o inferno”.
Comentando o incidente o Primeiro Ministro afirmou que muitas vezes a pessoa é corrompida com pequenas quantias, deixando-se levar pelo dinheiro, sem se importar com sua convicção.
Ao ouvir esta pequena história de Churchill, veio-me à mente que o apóstolo Paulo em sua primeira carta a Timóteo no capítulo 6, versículo 10 diz o seguinte: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.
Infelizmente muitas vezes damos mais valor ao dinheiro e nos tornamos escravos dele, esquecendo que o dinheiro foi feito para que pudéssemos viver com certa tranquilidade, sem a necessidade dele nos escravizar. Existem pessoas que vivem em função do dinheiro que conseguem amealhar, acreditando que sem ele nada é possível ser conquistado, e deixam de lado a própria honestidade, tornando-se corruptos.
Esta palavra de Paulo diz que o dinheiro é a raiz de todos os males, pois se tornam cobiçosos e gananciosos, sendo capaz de qualquer coisa para ter o dinheiro. E Paulo ainda completa dizendo que se traspassaram, em outras palavras que se atormentaram com muitas dores, ou seja, de uma consciência culpada, pela paixão do ter, e muito mais perniciosa da paixão do perder, e com isso ficam contrários à tudo inclusive a religião. Tornam-se insensíveis deixando de cuidar dos mais necessitados, e ficam os mais cruéis do mundo, desconfiando de todos e de tudo.
Paulo ainda nos ensina que a cobiça fez com que alguns se desviassem da fé, e na carta de Tiago no capítulo 1, versículo 14 diz: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”. No começo é a tentação, eu quero, eu preciso, depois passa-se para cobiçar o bem alheio, não importa como conquistar, e esta o atrai, em outras palavras, o leva pra fora de Deus, que deve ser o nosso refúgio forte. O cobiçoso é aquele que nunca está satisfeito com nada, acredita que sempre precisa mais e mais.
Por isso devemos procurar a causa da cobiça, que é o pecado que nos transtorna, e isto começa dentro de nós e não de fora. O interessante é que acusamos ao diabo, mas o pecado está dentro de nós e não veio de fora, é nossa ganância.
De fato, todo o mundo tem desejos que surgem da sua própria constituição de temperamento, hábitos e modo de vida, e se nos deixamos seduzir o que no princípio foi um pequeno pensamento, torna-se uma obsessão, e aí sim o maligno lança sua isca para atrair o cobiçoso, e a primeira coisa é deixarmos Deus de lado em nossa vida, pois acreditamos que nunca teremos o que queremos se continuarmos seguindo a Ele. E o mundo sob as luzes do maligno parece-nos muito mais brilhante e sedutora. Pensemos nisto, é melhor um pouco com Deus, que o muito sem Ele. Shalom.