Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Vivemos hoje em um mundo onde todos se dizem de certa maneira religiosos, e buscam expressar essa religiosidade de modo aparente. Ao redor do mundo temos diversas religiões com diversos deuses, e em todas as religiões afirmam que todo o bem está com elas, e somente nelas você pode alcançar a plena paz, o amor e a vida.
O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos capítulo 15, versículo 14 ensina: “e, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”. Neste versículo o apóstolo vincula que a ressureição é base total da experiencia cristã, não religiosa! E ela é uma declaração poderosa no sentido de prática da fé. Hoje o mundo vive no ufanismo religioso, como também demonstração de religiosidade.
Muitas igrejas da religião Cristã fugiram de seu contexto e apresentam uma religiosidade sem necessidade de autenticidade, responsabilidade e de comprometimento na condução da fé. Cremos mais nos homens e menos em Deus. Buscamos mais o sucesso e a cura que o amor, a bondade e a sinceridade de Deus para nós. Muitas das músicas chamadas de gospel nada mais são que músicas de auto ajuda, que como o próprio nome já diz, é a ajuda do eu para o eu, sem necessidade de Deus.
Quando Paulo fala essa palavra é porque naqueles tempos Roma era dominada pelos deuses gregos, com nomes romanos, mas que exigiam as mesmas práticas, e Paulo lhes apresenta um novo modo de viver, não mais baseado no eu, mas firmado em Cristo, e defende com veemência a veracidade e a necessidade da ressurreição de Cristo. Ele argumenta que, se Cristo não ressuscitou, toda a pregação e a fé dos cristãos são vãs, ou em melhor entendimento mentiroso.
Ao longo da história muito já se tentou contradizer a ressurreição de Cristo, alguns dizendo que ela nunca existiu, e que foi uma farsa montada pelos seguidores do primeiro século .
Paulo no versículo 17 do capítulo 15 afirma: “e, se Cristo não ressuscitou, é mentirosa a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. E como naquela época hoje ainda tentamos comprar a bênção, ou a graça através de promessas, acordos ou suborno, esquecendo que Deus é o Senhor, e que não pode ser corrompido pela criatura. Hoje há a tentativa de tentar superar o Criador, como se fossemos nós os autores da vida e nos esquecemos providencialmente que nada somos, que nada temos e que nada levamos para o além a não ser nossa afirmação de fé.
Lucas em sua segunda carta a Teófilo, a carta de Atos dos Apóstolos no capítulo 4, versículo 12 diz: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. Essa palavra do apóstolo Pedro que Lucas registra, é no momento que após ser preso junto com João e no dia seguinte, inquirido pelos sacerdotes do Templo, ele responde com autoridade a respeito da ressurreição de Cristo, e deixa a todos impressionado com sua eloquência a respeito do fato.
Foi essa defesa da fé, que fez com que o cristianismo então deixasse de ser uma seita para se tornar uma religião de respeito e poderosa ao redor do mundo e não somente entre alguns afortunados.
Estamos indo para o dia da Ascensão do Senhor e depois para o Pentecostes, duas datas importantes dentro calendário cristão, pois a primeira mostra o Senhor Jesus sendo elevado aos céus de corpo vivo, e a segunda a descida do Espírito Santo sobre as pessoas que estavam no Cenáculo, e foram reforçadas na fé para levar a agora nascente religião de Cristo ao mundo todo e que chegou até nós.
Podemos terminar dizendo que, portanto, Paulo mostra que a ressurreição de Cristo é essencial para a fé cristã, pois ela garante a veracidade da mensagem do evangelho, a autenticidade do testemunho dos apóstolos, a eficácia da obra redentora de Cristo e a certeza da esperança futura dos cristãos. Sem a ressurreição de Cristo, o cristianismo seria uma religião vazia e sem fundamento. Shalom.