domingo, 29 de setembro de 2024
CRÔNICA

Entrada triunfal

02/04/2023
  • A+ Aumentar Fonte
  • A- Diminuir Fonte

Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Neste domingo comemoramos o início da Semana Gloriosa, que eu prefiro chamar da semana mais terrível da história da humanidade. Semana onde o nosso Senhor e Salvador foi torturado e crucificado e morreu debaixo de todos os nosso pecados.
Hoje ostentamos a cruz como algo de superação, e até de honra, mas não conseguimos imaginar o sofrimento pelo qual passou Jesus. O último filme a esse respeito já de alguns anos, do ator Mel Gibson mostrava um pouco o horror da tortura e da crucificação. Muitas pessoas até hoje não conseguem assistir a esse filme sem ficarem chocados e até alguns ficam horrorizados, mas creio que mesmo assim o filme não mostra nem metade do que aconteceu realmente.
Estudando esta semana a esse respeito, cheguei à conclusão de que quando o escritor de Hebreus diz no capítulo 12, versículo 2: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. Existe um certo grau de desonra que atribuímos à guilhotina, mas a ignomínia de uma morte na cruz foi maior que isso; há desgraça presa ao bloco, mas a ignomínia da cruz era maior que isso; há uma infâmia muito mais profunda presa à forca, mas a ignomínia da cruz foi maior que isso. E essa palavra – a cruz – que quando agora proclamada aos ouvidos dos refinados, dos inteligentes e até dos frívolos, excita uma ideia de honra, aos ouvidos do povo de Atenas, Corinto e Roma, acentuando o mais profundo nojo do que a palavra “forca”, faz conosco – pois era considerada a punição apropriada para os mais infames da humanidade.
Devemos nos lembrar que a cruz longe de ser honra, Jesus levou sobre si todo pecado, mesmo nunca tendo pecado, levou sobre si toda injuria, mesmo nunca tendo injuriado a ninguém, e com sua morte e sofrimento devolveu-nos a vida que nos havia sido tirada pelo pecado da desobediência de Adão.
Então este momento da entrada chamada de Triunfal de Jesus, quando Ele Senhor do Universo, entra na cidade de Jerusalém montado não em um corcel digno de reis, mas em um jumento, animal de carga sem nenhum brilho ou realeza. E é levado a morte como a ovelha que não solta um grito quando é morta, mas mostra-se submissa ao calvário.
Jesus Senhor, ainda hoje divide opiniões, para alguns cria conceitos errôneos, mas é a esperança de todos, mesmo daqueles que afirmam não crer n’Ele. Sua vida que dividiu a história em duas partes, antes dele e depois dele, seu amor transcende a tudo e a todos. Se olharmos para nosso País desde seu descobrimento, a cruz está presente nas caravelas de Pedro Alvares Cabral, nas bandeiras que desceram dos barcos, e ainda hoje nos documentos coloca-se no parágrafo “no ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Na discussão em que se deve ou não orar nas escolas, se os professores podem ou não abençoar as crianças, mas, no Supremo Tribunal Federal há uma cruz acima de todos os ministros para orientar silenciosamente as decisões, nem sempre cristãs. Nas casas onde muitas famílias tem o quadro da última Ceia de Jesus, mostrando que ali se cultua e adora a Ele. Quando nos injuriamos quando o ex-presidente falava em Cristo, ou citava versículos bíblicos, ou quando estamos em perigo iminente e clamamos por Ele. Quando advogados em defesa nos tribunais citam palavras da Bíblia para defenderem seus clientes que nem sempre merecem a liberdade. Ainda nos tribunais se jura sobre uma Bíblia que falará toda verdade e somente a verdade.
Está na hora de começarmos a não somente clamarmos ou termos a Bíblia fechada em nossas casas ou aberta em determinados trechos como fetiches, mas como nos ensina o texto de Deuteronômio capítulo 28, versículo 1: “E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra”. Para termos nosso coração aberto para realmente Jesus entrar triunfalmente dentro dele, e sermos abençoados em tudo. Shalom.