Uma estudante, de 42 anos, passou grande parte da sua vida com grandes dificuldades: ela queria chorar, mas não tinha lágrimas. Além disso, a mulher acordava com os olhos colados e também não podia comer alguns alimentos por não ter saliva o suficiente.
Rafaela oliveira foi diagnosticada com a síndrome de Sjogren, em 2020, no entanto os sintomas da doença começaram em 2008 durante a gestação do segundo filho. A moradora de Salvador, na Bahia, percebeu durante a gravidez que algo estava errado. Mas após o parto e com todas as responsabilidades, deixou o assunto de lado e os sintomas acabaram desaparecendo.
Porém, oito ano depois as manifestações voltaram bem piores. A baiana sentia a pele seca a ponto de descamar. A falta de salivação dificultava a deglutição e fazia seus dentes racharem. A fadiga e a secura vaginal eram extremas. Além disso, seu nariz sangrava com frequência e ela sentia dores intensas no corpo.
No ano de 2016, a estudante deu início a uma saga médica para descobrir a causa dos sintomas anormais. “Eu fui em todos os médicos possíveis, mas eles não descobriam nada. Cheguei até a ser diagnosticada erradamente com lúpus. Não foi nada fácil, ninguém acreditava em mim”, lembra Rafaela.
As dores se intensificaram ao ponto de ela precisar de uma cadeira de rodas. Nesse momento, ela recebeu o diagnóstico de fibromialgia, mas a estudante sentia que não era só isso. Sem desistir, após quatro anos, em 2020, ela finalmente foi diagnosticada por um reumatologista com a síndrome de Sjogren.
Rafaela contou ao Metrópoles que, mesmo com o diagnóstico, ainda precisa lidar com pessoas que não acreditam no diagnóstico e a julgam. “Eu preferia ter uma doença visível para ter mais credibilidade. Não dá para explicar a sensação de querer chorar e não sair lágrimas, de pegar uma fila preferencial por não aguentar ficar de pé por causa das dores e ser julgada”, afirma.
Síndrome de Sjogren
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a síndrome de Sjogren é uma doença autoimune que se caracteriza principalmente pela manifestação de secura ocular e na boca associada à presença de auto anticorpos ou sinais de inflamação glandular.
Pacientes com a doença apresentam também secura na pele, nariz e vagina; fadiga; artralgias (dor na articulação) e artrites. Além disso, outros órgãos do corpo, como os rins, pulmões, vasos sanguíneos, fígado, pâncreas e cérebro podem ser afetados. Ainda não existe uma cura para a síndrome, e o tratamento é bastante variado, uma vez que depende dos sintomas de cada paciente. Fonte: Informações Metrópoles.