sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Goioerense que matou médico em Umuarama pode ter mentido sobre morte de travesti

22/02/2023
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O goioerense Guilherme da Costa Alves, 26 anos, pode ter mentido para a polícia ao dizer que matou a travesti no bosque Uirapuru porque ela o presenciou enterrando o corpo do médico Renan Tortajada, 35 anos. A versão é de uma amiga de Alexan Carlos de Goes, a Sabrina Medeiros, 44 anos.

Em depoimento, Guilherme disse que matou Sabrina porque ela tinha visto quando ele enterrava o corpo do médico, mas uma amiga o contradiz e afirma ter visto o momento em que Guilherme passou com um Honda Civic chumbo (o carro do médico) na rua Governador Ney Braga e convidou Sabrina para entrar no veículo.

“Primeiro ele passou por mim, me chamando para sair, mas eu já conhecia ele, porque ele sempre apronta com a gente. Eu tentei avisar ela (Sabrina), cheguei a gritar, mas não deu tempo. Ela não ouviu e foi no carro com ele. Era umas duas horas da madrugada de sábado (18)”, disse a OBemdito, na condição de anonimato.

A também travesti afirmou que iria procurar a Polícia Civil para relatar o fato. “O Guilherme mentiu quando disse que a Sabrina estava sozinha dentro do bosque. Ela nunca ia lá sozinha, ainda mais numa hora daquelas. Foi ele que levou ela lá, depois que já tinha matado o médico. Ela pode ter visto a cena e ameaçado denunciá-lo”.

A travesti relatou também que Guilherme era um cliente antigo. “Tanto eu quanto minhas amigas já fizemos programa com ele. Quando ele chegava até a gente, sempre a pé ou de moto, era uma pessoa. Depois que terminava o programa assumia outra personalidade. Se tornava extremamente agressivo, tentando matar a gente. Eu mesmo quase fui vítima dele com um canivete no meu pescoço. Parecia usar droga pesada. É por isso que ele era queimado no meio”.

OS CRIMES

Guilherme da Costa Alves confessou ter matado o Renan Tortajada e Alexan Carlos de Goes após ser preso na avenida Duque de Caixas com o carro do médico. O rapaz já tinha passagens pela polícia por roubo, posse e tráfico de drogas.

À polícia, admitiu ter matado Tortajada com socos e golpes de uma pedra pontiaguda, com cerca de 1 kg, no interior do bosque Uirapuru. Arrastou o corpo por cerca de 30 metros até o muro do estádio Lucio Pipino, onde o enterrou em uma cova que ele mesmo disse ter aberto, sozinho.

Guilherme relatou, com bastante frieza, que tinha uma relação de pouco mais de um ano com o médico e que no encontro da última sexta-feira (17) à noite se desentendeu com a vítima, por causa de R$ 200. Esse é o preço que pode ter custado a vida de um profissional respeitado em seu trabalho.

Ele também disse que a travesti Sabrina tinha visto quando ele estava enterrando o corpo do médico e por isso a matou com pauladas, colocou o corpo no porta-malas do carro e o jogou às margens de uma rodovia perto da cidade de Maria Helena.

O delegado Gabriel Menezes, que está à frente do caso, frisou que “tudo o que foi divulgado até agora foi com base no interrogatório do preso. Isso não significa que essa seja a versão verdadeira. As investigações continuam para apurar se a história contada pelo preso é verdadeira ou se há um outro contexto não narrado por ele, o que é provável que sim”. (Goionews – com Obemdito - Foto: Danilo Martins).