quinta-feira, 19 de junho de 2025
UMUARAMA

Nove pessoas são presas em operação contra fraude no DPVAT em Umuarama

31/07/2019
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                         Nove pessoas foram detidas na manhã desta terça-feira (30) em Umuarama na Operação Calejado da Polícia Civil do Paraná contra um grupo criminoso que fraudava o seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). O esquema teria desviado mais de R$ 1 milhão em Umuarama e envolve o Instituto Médico Legal (IML), um hospital da cidade, um escritório de assessoria do DPVAT e algumas das vítimas.

Em entrevista coletiva concedida à imprensa, o delegado Gustavo Mendes Marques de Brito, coordenador da Divisão de Combate a Corrupção no Paraná, explicou como funcionava o esquema. Conforme o delegado, a investigação se estendeu por cerca de 5 meses, após denúncias da Seguradora Líder, que é a administradora do Seguro DPVAT no Paraná.
Das nove prisões, três são preventivas e seis provisórias. Os nomes não foram divulgados para não interferir nas investigações, que ainda estão em andamento. O período investigado de fraude é de 2015 até 2019, no entanto, a polícia acredita que o esquema possa ter sido construído anteriormente.
O delegado Brito disse que tem um “conjunto probatório robusto que fundamenta toda a investigação e agora é necessário finalizar os trabalhos”. Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Umuarama e os presos ficarão detidos na carceragem da 7ª Subdivisão Policial.
Os suspeitos agiam na adulteração de laudo emitido pelo IML referente a lesões corporais sofridas geradas em decorrência de acidentes automobilísticos. Todos agiam juntos com o objetivo de angariar possíveis assegurados e aplicar o golpe.
Na coletiva o delegado informou que até o momento foram verificados dezenas de casos de fraudes. No entanto, a suspeita é de que sejam centenas de documentos fraudados. Conforme a investigação, algumas vítimas sabiam do esquema. Quando uma pessoa acidentada chegava ao hospital, lá acontecia a falsificação dos prontuários médicos, o que facilitava na hora de fazer o laudo adulterado no IML.
Foram apreendidos aparelhos celulares, notebooks e documentos que serão periciados. Estes materiais podem levar a identificação de outros envolvidos no esquema.
Do IML, além de membro da direção, foi presa uma funcionária terceirizada, que agendava as perícias. Também foram detidas duas pessoas do escritório que fazia assessoria local e um funcionário do hospital. Conforme o delegado, este funcionário recebia um valor fixo (uma espécie de salário) para fazer a adulteração dos prontuários médicos. A investigação ainda aponta que o seguro era recebido pela vítima do acidente, mesmo com a fraude. A prática era de colocar 30%, em média, a mais no valor, que era devolvido ao escritório, responsável por ratear o montante entre os envolvidos no crime.
Brito ainda explicou que do valor pago no seguro obrigatório, 45% é direcionado ao SUS, 50% para indenizações em caso de acidentes e 5% para os Denatrans. Ele ressalta que “é um problema de cunho social, pois a saúde está deixando de receber grandes valores”. (O Bem Dito).