quarta-feira, 24 de abril de 2024
CRÔNICA

Segundo domingo do Advento

04/12/2022
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Neste domingo estamos no segundo domingo do período chamado Advento, que é tempo da espera da vinda do Filho de Deus. Foi um tempo em que não se ouviu a palavra do profeta, onde o Deus Javé ficou em silêncio e permitiu que os homens fizessem como quisessem e adorassem o que quisessem. Nesse período levanta-se uma família que busca a face do Senhor para poder guiar o povo pelo caminho da fé, mas apesar do povo sentir a falta, não busca a Deus. A família é a de "Ma¬tatias, filho de João, filho de Si¬meão, sacerdote da família de Joarib, que veio de Jerusalém se estabelecer em Mo¬din. Tinha ele cinco filhos e entre eles Judas que tinha o apelido de Macabeu. Vendo as abominações praticadas em Judá e em Jerusalém, exclamou: “Ai de mim! Por que nasci eu, para ver a ruína do meu povo e da cidade santa, e ficar sem fazer nada, enquanto ela é entregue ao poder de seus inimigos, e seu santuário abandonado aos estrangeiros? Seu templo tornou-se como um homem desonrado e os vasos sagrados, que eram o motivo de seu orgulho, levados como para um cativeiro; seus filhos foram trucidados nas ruas e seus jovens sucumbiram ao gládio do inimigo." Esse texto é da Bíblia Católica Ave Maria, capítulo 2, versículos 1, 6 ao 9, do Primeiro Livro de Macabeus.
Se voltarmos um pouco antes no mesmo livro veremos que o povo sem a palavra divina permitiu que um rei apóstata Antíoco Epifanes fizesse sacríficos em cima da mesa do altar, como também roubasse vasos e utensílios de ouro e as toalhas do Templo.
No capítulo 1, versículo 39 do livro de Macabeus, o escritor nos conta o seguinte: “"Seu templo ficou desolado como um deserto, seus dias de festa se transformaram em dias de luto, seus sábados, em dias de vergonha e sua glória em desonra”.
Então o advento dentro da Liturgia Cristã, é para nos lembrar que o povo que desconhece as palavras proféticas do texto bíblico é um povo que se entrega e tem medo da reação dos seus inimigos.
Uma coisa que precisamos analisar e conhecer é que a Bíblia não é um livro religioso como muitos falam, mas um livro de vida e prática, que nos leva ao conhecimento de Deus e nos apresenta a Jesus seu Unigênito Filho. Como também nos mostra a trajetória do homem na terra, sua criação segundo a visão de um povo escravizado que adorava os deuses do Egito, acreditando que o Faraó era um Deus, e aos outros deuses que se apresentavam no Egito. Ao serem libertados ainda guardavam dentro de si a lembrança dos alhos e cebolas de lá, mas esqueciam que agora não trabalhavam nem eram escravizados, mas o Senhor Deus os alimentava, e nem suas roupas e sandálias se acabaram por toda peregrinação no deserto.
Hoje temos à disposição os nossos templos e Igrejas, temos sacerdotes que nos orientam, que nos mostram a Palavra e nos ouvem quando temos problemas, mas ainda assim deixamos de ser fiéis ao Senhor. Criamos deuses que não nos representam, como também fazemos sacrifícios desnecessários para agradar a Deus. Baseamos nossa fé em base de troca ou escambo, eu faço isso, mas quero isso. Eu te sou fiel, mas quero ser abençoado e ter meus pedidos todos atendidos, e quero ter a autoridade de poder mandar, e esquecemos que o apóstolo Paulo nos ensina em sua primeira carta ao Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 18: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Não queremos ter dificuldades ou problemas, afinal sou cristão, e esquecemos a palavra de Jesus no Evangelho de João capítulo 16, versículo 33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. Nessa palavra Jesus proclama que n’Ele teremos paz, mas continuamos a buscá-la em lugares diferentes, e por mais que a procuremos, menos a encontramos. Quando estamos em Jesus verdadeiramente temos paz, e aí as aflições do mundo não chegarão com a mesma força e ímpeto que chega em outras vidas. Se observamos as lições que Judas Macabeu nos transmite em seu livro, em época diferente da nossa, pois lá não havia a palavra do Senhor, e hoje a temos, poderíamos não incorrer em tantos erros e pecados como fazemos. E se formos fiéis e verdadeiros em nossa adoração, com certeza as nossas estradas serão muitos melhores e fáceis de caminhar. Shalom.