
Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Todos nós em maior ou menor escala sempre estamos em busca de algo maior. Nunca estamos satisfeitos com o que temos, sempre acreditamos que acumular o maior número de bens possíveis é o melhor símbolo de status que podemos apresentar.
E em nossa busca normalmente procuramos olhar somente para um lado, como se só existe um lado de todas as coisas. Esquecemos por exemplo as palavras de Jesus quando nos diz em Mateus capítulo 6, versículo 33: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Sempre fomos fascinados pelo brilho das coisas, e sou obrigado a constatar que no tempo das grandes viagens marítimas no século 16, o escritor português Pero Vaz e Caminha, ao desembarcarem nas costas do então Novo Mundo, escreve ao rei de Portugal e diz: “nesta terra onde nascem grandes frutos, os seus habitantes são francos e honestos e se deixam agraciar com pequenos presentes. E os recebem como grandes coisas fossem”.
Ainda hoje infelizmente nós agimos dessa maneira, nos encantamos com as cores e o brilho das coisas, e esquecemos de buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e de lá termos tudo o que necessitamos. E depois infelizmente reclamamos da falta de orientação e de bênçãos.
Também nos esquecemos que a máquina divina anda por uma estrada solidamente aplainada, e em Hebreus capítulo 11, versículo 6, o escritor nos ensina o mais precioso de tudo: “de fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aqueles que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”.
Este escritor é mais incisivo e duro que Jesus, pois ele diz com todas as letras, é preciso que creia que ele existe. Bem, aqui podemos dizer que quase todos acreditam que Deus existe, mas nem todos se acham com a imagem e conforme a semelhança d’Ele. Então para que vou acreditar que preciso buscar primeiramente o seu reino? Se eu poso fazer todas as coisas como acredito que devam ser feitas, não necessito ser orientado por um Deus. Torno-me então ateu até que surjam os problemas e não consigo resolvê-los, me desculpe, mas é uma visão uni lateral e discriminatória, pois aí busco a Deus, mas quero uma troca eu faço um pedido e prometo que faço algo que me seja extremamente doido para poder apagar minha não crença.
Ainda olhando para Mateus capítulo 6, outro fator vem aos meus olhos, sua justiça, como não podemos saber quando será, torna-se para nós, um fator distante, mais ou menos como a justiça brasileira, esquece-se no tempo e nunca se é julgado. Mas nos esquecemos que Deus é eterno, é onisciente, em tudo está presente, daí que sua justiça pode demorar, mas vem.
Desconhecer que Deus quer ter comunhão conosco mesmo quando acreditamos que Ele não nos guarda, é muita inocência. Ele deseja a comunhão conosco. E que é o único que pode nos orientar, mesmo quando estamos totalmente desorientados, doentes ou enfermos da alma. Mas creio que o melhor entendimento de Ele ser nosso galardoador, é sentir que mesmo nos momentos mais alegres de nossa vida, nas grandes vitórias que temos, ou até nos mais pequeninos milagres que nos acontecem Ele está presente e se alegra conosco, da mesma forma que nos cuida, guia e apascenta quando necessitamos. Adora-lo então deveria ser nossa maior alegria e buscarmos por suas justas e santas palavras deveria ser todo nosso maior entendimento e nossa maior busca por prestígio e acúmulo de bens. Shalom.