
Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Normalmente passamos por muitas dificuldades, perrengues, e aflições, ou adversidades que no decorrer da vida nos atinge. Algumas são pequenas e quase não sentimos, outras um pouco maiores, mas existem algumas que parecem petardos de guerra a nos atingir, e nos enfraquecem, e muitas vezes quase desistimos de tudo na vida.
São essas, as grandes que nos fazem sentar ou cair ao chão, e nos provam na fé. Pode ser perda de emprego onde acreditávamos que estávamos tão bem, a doença de um filho ou até nossa que nos incapacitam por algum tempo, ou até a morte de um ente querido, nos faz durante um tempo perdermos o chão, como costumamos dizer.
Creio, sem sombra de dúvidas, que a morte ou a incapacitação temporária, ou a incapacitação permanente, essas nos fazem sofrer. A dúvida nos assalta o coração, mas eu tenho orado, sou fiel à minha igreja, e vai por aí afora. Em nossas conjecturas e como somos, nos esquecemos que em nossas vidas somos levados todos os dias à morte como nos ensina o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, capítulo 8, versículo 36: “Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro”. Repetindo as palavras dos Filhos de Corá no Salmo 44, versículo 22.
O teólogo Albert Barnes no século 18, nos traz uma palavra interessante a esse préstito, ele diz: “Ou seja, estamos contínua ou constantemente sujeitos a essas calamidades. Não é uma derrota única, mas é um massacre contínuo. Este versículo contém, na apreensão do salmista, a verdadeira causa das calamidades que vieram sobre a nação. A ênfase na passagem está na frase “por sua causa”. O significado é: é por tua conta; está em tua causa; é porque somos teus amigos e porque te adoramos. Não é por causa dos nossos pecados nacionais; não é porque existe uma idolatria predominante, mas é porque somos adoradores do Deus verdadeiro e, portanto, somos mártires. Todas essas calamidades vieram sobre nós em consequência de nosso apego a ti. Não há evidência de que houvesse auto glória nisso, ou qualquer intenção de culpar a Deus como se ele fosse injusto ou severo, mas é o sentimento dos mártires como sofrendo na causa da religião. Esta passagem é aplicada pelo apóstolo Paulo aos cristãos em seu tempo, como descrevendo adequadamente seus sofrimentos e a causa das calamidades que vieram sobre eles. Somos contados como ovelhas projetadas para o abate. Ou seja, não é porque somos culpados, mas somos considerados e tratados como ovelhas inocentes que são levadas ao abate”, as palavras do pastor Albert podem parecer fortes e muito dolorosas, mas o pecado é causador de toda essa dor. O nosso inimigo tem grande interesse em nos fazer sofrer, pois acredita que se sofrermos sem causa, deixaremos Cristo e passaremos a segui-lo em todas as suas intenções. E o mesmo apóstolo Paulo em sua carta aos efésios capítulo 4, versículo 14 nos ensina: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. Pois quando nos deixamos levar pelos espalhafatos de muitos pregadores, somos como crianças, levados para todos os lados, sem nos atermos que nossa vida e fé têm condições especiais junto ao nosso Criador e Salvador Jesus Cristo. Pois ele mesmo nos ensina no evangelho de João, capítulo 16, versículo 33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. Com essas palavras de Jesus podemos ter a certeza de que não existe, nem existirá, nenhuma aflição, nenhuma adversidade, que poderá nos separar do seu amor, pois Ele já é vitorioso, e sobre todos é Senhor. Shalom.