terça-feira, 7 de outubro de 2025
CRÔNICA

Ouvidos e boca abertos

17/10/2022
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Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista

Jesus usa de diversos métodos para curar, pois nos trata pessoalmente e com atenção. No evangelho de Marcos Jesus chama um surdo e gago para fora da multidão para curá-lo, como está em Marcos capítulo 7, versículos 32 a 36: “E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. E, tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua. E, levantando os olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te. E logo se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente. E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lhos proibia, tanto mais o divulgavam”. Para melhor entendermos este texto de Marcos, temos que ir até Mateus capítulo 15, versículo 30, que nos retrata que Jesus voltava para o mar da Galileia, procedente das regiões de Tiro e Sidom, quando parou e subiu a um monte para descansar, e trouxeram-lhe muitos doentes e os colocaram aos seus pés e ele os curou.
Destas curas operadas, Marcos seleciona uma para descrever-nos os detalhes de como Jesus procedia diante dos que sofrem. E trouxeram um surdo que falava dificilmente. A surdez desse homem, como só pode acontecer em tais casos, acabou por provocar-lhe dificuldade na fala.
Podemos comparar esse homem ao ímpio, cujos ouvidos espirituais estão fechados à Palavra de Deus, e em cujos lábios não há orações, nem ação de graças, nem testemunho. “E rogaram que impusesse as mãos sobre ele “, como escreve o evangelista no versículo 32; mas Jesus tinha em mente outra coisa, pois nunca tratou de maneira igual os desiguais. Ele conhece e sabe o que há em cada um de nós, conhece as condições espirituais de cada um. Então enquanto um é curado no meio da multidão, outro é levado à parte para ser restaurado. Um recebe a cura mediante uma só palavra; outro, através de simples toque, e, ainda outro por meio de uma ordem para que se lave no tanque de Siloé.
Para um o processo é instantâneo, para outro antes de ver claramente é obrigado a enxergar os homens andando como árvores.
“Tirando-o a parte de entre a multidão”. Nesse caso, o Senhor Jesus sentiu ser necessária a solidão, então o leva para fora do arraial, para que pudesse deixar nele a mais profunda impressão. Se olharmos para a igreja de hoje, alguns recebem a bênção ao lado do altar em meio ao alvoroço, outras são curadas na quietude e solidão. Jesus nos dispensa especial atenção e atendimento personalizado.
A CURA. O Senhor empregou o que parece ser a linguagem dos sinais para inspirar a fé nesse homem. Podemos dizer que quase todas as avenidas de aproximação, salvo a visão e o toque, estavam fechadas. Mediante sinais, Cristo desperta a fé do doente, e aviva nele uma viva expectativa de bênção. E utiliza dos seguintes meios.
FISICO: Coloca os dedos nos ouvidos do homem, como se fosse romper o obstáculo que lhe bloqueia a percepção do som. Toca-lhe a língua com saliva, como se dissesse: “com o poder a mim conferido por meu Pai tua língua será solta”. A sequidão faz a língua apegar-se ao céu da boca, mas agora é umedecida par que seja solta.
DEVOCIONAL e levantando os olhos para o céu, suspirou, como se expressasse: “oro por ti; tua situação me comove”.
AUTORITÁRIO: “e disse: Efatá, que quer dizer abre-te. Essa ordem causa grande impressão em Marcos que embora escreva seu evangelho em grego, reproduz em aramaico.
E após o milagre ordena que a ninguém dissesse. Muitos falsos messias haviam surgido, alegando possuírem autoridade para realizar milagres, despertando assim as massas à rebelião, o que levava os romanos a intervirem violentamente, causando derramamento de sangue, como também seus inimigos aguardavam oportunidade para o acusarem às autoridades.
Mas quanto mais os proibia, mais o divulgavam, como o evangelista relata no versículo 36: “E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lhos proibia, tanto mais o divulgavam”.
Uma coisa não podemos esquecer, as multidões impediam os coxos, os surdos, e os paralíticos de virem a Jesus. Não sejamos nós hoje a multidão a impedi-los de virem a Jesus, mas sejamos aqueles que trazem os enfermos e os doentes a Jesus. Shalom.