"Foi tudo por água abaixo!" Disse-me a moça sentada em minha frente no consultório, logo após termos descoberto a causa real do seu problema.
Ela estava há meses com um inchaço generalizado pelo corpo. "Se lembra de algum conflito impactante um pouco antes de começar esse sintoma?" Perguntei. Ela então me conta que foi a falencia após ser enganada por um sócio. Com as pupilas se fechando e a voz trêmula, ela solta a frase fatídica do início desse texto. Seguida de um choro sincero.
Canais coletores dos rins podem passar a reter líquidos numa situação impactante onde "tudo está perdido". Conflitos de abandono real ou simbólico, perdas, rejeição, isolamento. Pessoas que precisaram ir para cidades longe da família (refugiados ou devido ao trabalho, etc). Pessoas internadas em hospitais podem correr um sério risco de retenção e até falência renal devido ao impacto de estar só, longe dos entes queridos e vivendo vários medos e incertezas devido ao diagnóstico. A lógica biológica da retenção de líquidos está em permitir mais água para recuperação do organismo. Também pensamos na conotação de "reter para proteger" ou até em "reter agua para não morrer de sede". Estamos falando de um sistema biológico que se adaptou ao longo da evolução. Toda a vida biológica começou no meio aquoso e o nosso sistema se adapta da forma que pode.
Hoje, a paciente do início do texto está bem melhor. Usamos a Microfisioterapia, seguida do Bioalinhamento, onde ajudei ela a ressignificar o impacto do conflito. "Agora vejo que nem tudo está perdido como eu pensava". Ela me disse, com um sorriso no rosto e os olhos brilhantes.
Rodrigo Carvalho - Microfisioterapia e Técnicas Avançadas
CRÔNICA
PARANÁ
POSSE EM GOIOERÊ
MARINGÁ - MARIALVA