sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
CRÔNICA

Conhecendo a Deus

25/03/2019
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Pr. Pedro R. Artigas 

 

 

                                  Lendo uma revista outro dia, encontrei uma estória muito interessante que diz respeito ao nosso comportamento frente a Deus.

                                  Assim dizia a estória: dois homens estavam viajando pelo deserto em busca de um encontro com Deus, um era soberbo e acreditava que Deus nunca poderia encontrá-los naquela situação em que estavam, pois, suas vestes não eram alvas e seus pertences minguados e que Deus andava sempre muito ocupado para poder ouvi-los e atendê-los. O outro era totalmente diferente, seu comportamento humilde e sempre acessível e solícito para todas as coisas que necessitassem dele. Não se importava nem fazia objeção para nada, simplesmente gostava de ajudar e procurava por assim proceder diariamente.

                                  A viagem já estava prolongada e o soberbo quase desanimando e começando a acreditar que definitivamente Deus não existia, pois se existisse de fato já os teria ajudado, ou pelo menos dado a conhecer, e queixava-se de todos os acontecimentos, uma hora era devido o calor insuportável do deserto, outra hora porque a noite era muito fria, noutro momento era o alimento que estava se escasseando, mais à frente era a água que estava mui quente, enfim tudo era detestável. O outro ao contrário agradecia a Deus pela água encontrada no momento de sede, pela sombra refrescante que de repente aparecia frente ao sol nos momentos mais quentes do dia, pelo alimento providenciado quando a fome era mais forte, e quando começava a esfriar pela noite sempre havia uma caverna quentinha onde pudesse repousar a cabeça até o novo dia guardado pelo calor e fora do frio e do vento que assolava o deserto. E assim iam os dois pelo deserto afora, cada um procurando Deus segundo suas próprias convicções e pensamentos.

                                  Até que uma noite quando ainda não haviam encontrado uma caverna para repousar, ouviram uma voz que lhes dizia para que pegassem a maior quantidade de pedras que pudessem carregar. O soberbo ao ouvir a voz e a ordem reclamou e disse, Deus além de insensível pois, vê que estamos no frio e que caminhamos o dia todo sob sol escaldante, agora nos manda que recolhamos a maior quantidade possível de pedras, eu é que nunca irei fazer isto, estou muito cansado e não é uma voz que não conheço quem me fará carregar pedras morro abaixo.

                                  O outro obedeceu a ordem e carregou seu camelo com a maior quantidade de pedras que seu alforje pudesse carregar, não se importando em ter que andar por um ambiente escuro, escorregadio e perigoso devido a quantidade de pedras espalhadas pelo chão.

                                  Quando chegaram ao sopé do morro já estava clareando o dia e o soberbo que ia atrás montado em seu camelo viu um pequeno brilho que saia do alforje do companheiro e pediu que o outro parasse para que juntos verificassem o que era aquilo, e para seu espanto o alforje do companheiro estava transbordando de pepitas do mais puro ouro que jamais havia visto, enquanto o seu estava vazio.

                                  A moral desta pequena estória é simples, Deus está sempre ao nosso lado providenciando todas as nossas necessidades, não escolhendo o momento para realizá-las, mas muitas vezes nossa soberba ou orgulho nos impede de vermos as bênçãos disponíveis nos momentos mais angustiantes, ou quando estamos passando por vales escuros e de morte, como nos diz o salmista Davi em seu famoso poema o Salmo 23, versículo 4: “ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Deus Eterno, estás comigo; tu me proteges e me diriges”.

                                  Precisamos de humildade para poder enxergar a dinâmica de Deus. Precisamos estar atento àqueles que de nós necessitam e que podemos ao passar ajudar sem esperar nada em troca, é saber apreciar a sombra que cobre o sol quando nossos problemas são os mais fortes e o calor da ira nos afasta de seu poder, é esperar pelo vento que nos refresca, tudo isso é conhecer o Deus de todas as coisas, e encontrar no final a maior de todas as bênçãos a Vida Eterna com Ele, este é o ouro mais puro que podemos encontrar, e que está à nossa disposição, basta querermos. Shalom.