quinta-feira, 8 de maio de 2025
DESTAQUE GOIOERENSE

Goioerense Ramon Lima realizou a temida travessia da Praia do Cassino. Desafio de 227 km

10/09/2022
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A popularmente conhecida travessia da Praia do Cassino, também chamada de Caminho dos Faróis, é a maior praia do mundo em extensão de areia, localizada no Rio Grande do Sul, tem início no município de Rio Grande e se estende até a cidade de Chuí, divisa com o Uruguai.

Mundialmente conhecida, essa travessia é famosa pela sua dificuldade técnica, física e pelo total isolamento, são 227km que tem início nos moles da Praia do Cassino e se estende até os moles da cidade de Chuí, alguns fazem a travessia de carro 4×4, moto, bicicleta ou a pé.

“Sempre gostei do contato com a natureza e de esporte, de aventura, e quando soube que a maior praia do mundo estava localizada aqui no Brasil, fiquei entusiasmado em encarar esse desafio, foram 5 meses de planejamento, preparação física, pesquisas e equipamentos, decidi por fazer essa travessia caminhando e sozinho” - ressaltou Ramon .

Em sua mochila, Ramon carregava exatamente tudo o que eu precisava, visto que só se encontra civilização no início e no final da travessia, todo o restante é marcado pelo isolamento, sem casas, sem comércios, sem sinal de celular, somente a areia, o mar, as dunas e um horizonte infindável, não há espaço para erros, por isso ela é chamada de abismo horizontal.

TRAVESSIA

“Iniciei a travessia no dia 17 de agosto, determinado a conseguir chegar do outro lado, mas também consciente em respeitar os limites do corpo, com a mochila pesando 23kg, planejava fazer a travessia em 8 dias, mas estava preparado para 10” - relata.

Já no primeiro dia de caminhada o goioerense percebeu o porquê de muitos iniciarem a caminhada e desistirem: o vento contra, a areia fofa, o isolamento e a constante paisagem que pouco muda, elevam o nível de dificuldade. “É uma luta constante das dores no corpo, pés e costas te convencendo a desistir, contra a mente que estava muito bem motivada e decida a atravessar”. Pelo caminho é possível encontrar alguns navios naufragados, entre eles o Altair, bastante conhecido na região, também existem boias, containers e animais mortos como focas, tartarugas, leões marinhos, pinguins e até baleias que a o mar aberto traz. Até mesmo avistei cavalos selvagens que correm livres pela areia.

A travessia passa por quatro faróis, o primeiro é o Sarita, segundo é o Verga, o terceiro é o Albardão, o único habitado por dois soldados da marinha e considerado o farol mais isolado do Brasil, e por último, o farol de Chuí onde encerra a travessia na parte brasileira.

“Foram 7 dias caminhando durante o dia e acampando durante a noite, encontrei poucas pessoas durante a travessia, elas ficavam admiradas e tiravam fotos e vídeos, fiz amizades e contava com a solidariedade e preocupação de alguns aventureiros com camionete de trilha que passavam” - contou.

Ramon diz que “foi uma experiência incrível, saber a enorme capacidade que o corpo humano tem e a superação que o desfio nos traz, lições que levarei para a vida, entre elas o valor que tem um pequeno passo atrás do outro e a conquista através do sacrifício”.

No dia 23 de agosto Ramon completou sua jornada, feliz e grato por ter conseguido, a imersão com a natureza e o autoconhecimento adquiridos na travessia serão levados junto com as lembranças pelo resto sua vida. (Divulgação).