Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
Há muitos anos quando eu ainda trabalhava no mundo secular, eu participava sempre de muitos treinamentos corporativos, e quase sempre o treinador começava a aula com uma pergunta singular: “o que eu levaria para uma ilha deserta”.
Eu creio que ele fazia essa pergunta para nos estimular a prestar atenção e para que o ambiente ficasse menos tenso. Então tínhamos alguns minutos para pensar e depois teríamos de responder a essa pergunta. A nossa resposta era divertida, pois cada um de nós tinha sua particularidade do que levaria, alguns respondiam que levariam: micro-ondas, papel e caneta para escrever a experiência, bíblia, fósforos, roupas íntimas ou roupas de banho, máquina fotográfica (na época esse equipamento era muito usado, pois não existia celular), foto da família, livro, enfim eram tantas e muitas respostas estapafúrdias.
Eu gostava de ouvir as respostas apesar de muitas parecerem bobas e inúteis devido aos objetos escolhidos para uma ilha deserta. Hoje quando lembro dessa parte dos nossos treinamentos, volto meus olhos para a Bíblia e ali encontro na Carta aos Romanos capítulo 5, versículo 5 a seguinte palavra do apóstolo: “ora, a esperança não se confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santos que nos foi outorgado”. Se as respostas à pergunta feita como já falei, muitos desses objetos eram fora de propósito para uma ilha deserta, tinham para cada um a capacidade de ajudá-los a manter a coragem e conservar a esperança.
Hoje ao relembrar as respostas, eu percebo que também a minha resposta, poderia ter a sensação de me dar conforto e me ajudar a passar pelo tempo que ali estivesse. Mas também me levar a ver que todos os objetos que poderia ter respondido não teriam a mesma eficácia de saber que a suprema esperança está em Jesus Cristo, que nos ajuda a enfrentar todas as nossas circunstâncias difíceis – divorcio, doença, desemprego, morte ou qualquer que seja nossa ilha deserta atual e pessoal.
Então volto ao texto bíblico e releio agora não somente o versículo, mas todo o texto até o versículo 11, e encontro ali, nas palavras do apóstolo, o conforto que necessito, pois somente pela fé tenho essa paz tão almejada, senão vejamos os versículos 3 e 4: “e não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança”. E chegamos ao versículo 5 que reproduzimos acima e sentimos que somente pela fé é que alcançamos o descanso e o refrigério que tanto buscamos.
Vejamos que quando atribulados, mas tendo na fé nosso maior alicerce e companheiro, chegamos à perseverança que nos ajuda a enfrentar o problema e vencer por mais íngreme que seja nossa montanha, e ao final ganhamos a experiência para saber como tratar esse problema se novamente se fizer em nossa vida. E é essa fé, como nos diz o versículo 5, que é derramado pelo Espírito Santo que nos dá a esperança de não sermos vencidos pelo desânimo ou pelo cansaço.
Mas também como ensina o versículo 11: “e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação.”
Ora reconciliados, vivemos pela Graça e no amor de Deus. Passamos de desanimados para animados no Senhor. Shalom.