
Pr. Pedro R. Artigas
Igreja Metodista
No evangelho de Marcos em seu capítulo 2 encontramos a cura de um paralítico que foi levado por seus quatro amigos até a presença de Jesus. Mateus não relata em seu evangelho como os amigos levaram o doente ao Senhor, mas, Lucas também fala que subiram no eirado da casa.
Esse texto nos mostra alguns fatos interessantes.
O primeiro deles era a total incapacidade do doente, por estar acamado deveria ser tetraplégico, pois sua locomoção era por seus amigos, e ao levarem-no mostra que seus amigos tinham fé em Jesus, por já terem ouvido ou visto os milagres, daí convencerem o doente a ir ao seu encontro.
Vemos também um fator muito importante, a intercessão. Os amigos tinham a fé e a fidelidade em Jesus, e passaram isso ao amigo. Existem outras narrativas que falam de fidelidade e intercessão como no caso de Ló, quando Abraão conversou com Jesus pré-encarnado e também intercedeu por ele, como está em Gênesis capitulo 18, versículo 32: “Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei por amor dos dez”. E a família de Ló foi salva da destruição de Sodoma. Também quando os israelitas pecaram por terem adorado o bezerro de ouro, e foram salvos pela oração de Moisés no livro de Êxodo capítulo 32, versículos 11 e 14: “Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus e disse: Ó Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo”. Vemos então o poder da intercessão através de nossas vidas, a cura do paralítico pelos quatro amigos; a salvação de Ló e sua família pela de Abraão; e do povo hebreu pela de Moisés.
Interceder deve ser nosso momento mais fortemente arraigado em nossa vida espiritual, pois através dela é que podemos salvar um amigo de sua doença física, ou de sua enfermidade espiritual. Como também podemos resgatar uma família de sua destruição pela oração feita com sinceridade e fidelidade ao Senhor.
Não adianta querermos anunciar Jesus às pessoas prometendo curas ou maravilhas, ou simplesmente convidá-las para ir à igreja, ou que simplesmente venham participar de nosso grupo se a nossa vida não brilhar pela fidelidade em Cristo. Não podemos nos esquecer que existe uma multidão a bloquear nossa passagem, com promessas e propostas mirabolantes transmitidas com muito mais vigor e “sinceridade”.
É necessário que nosso convidado veja em nossos procedimentos comprobatórios do que falamos, e nossa sinceridade e fidelidade em Cristo é que fará com que as pessoas se sintam na vontade de também estar junto.
Quando nos aproximamos de Jesus com fé em nossos corações, ele não somente nos cura a doença física, mas no exato momento nos cura da enfermidade espiritual. E Jesus que conhece a todos, quando viu o enfermo e seus amigos, antes que eles falassem alguma coisa disse: “tem bom ânimo filho, pois teus pecados foram perdoados”. A cura e o perdão precisam de dois elementos, um visível, a nossa fidelidade e fé, e o outro invisível, a qualidade que somente Ele vê em nós.
Muitas vezes as pessoas não se achegam a Jesus por causa do medo, pois não conseguem em nós a firmeza da fé. Jesus deixou bem patente isso no caso do paralítico, foi curado pela firmeza de seus amigos. Reflita e veja como está sua fé, analise sua vida e busque a fidelidade sincera em Cristo. Shalom.