Queridos irmãos e irmãs, Pax Domini sit semper vobiscum!!!
Estamos nos preparando para celebrarmos o terceiro domingo da Quaresma, que é um tempo de profunda renovação de nossa vida. A parábola da figueira estéril nos faz refletir sobre os momentos em que nos fechamos em nosso pequeno mundo e não produzimos os frutos que são consequências do amor de Deus presente em nossa vida. Se nos afastarmos de Cristo seremos estéreis em nosso caminhar. A nossa vida irá perder seu sentido último. Esta esterelidade é a falta de Fé que leva as pessoas a viverem uma vida superficial.
OREMOS: Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém.
EVANGELHO (Lc 13, 01-09):
Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com os dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: “Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?” Ele, porém, respondeu: “Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás””.
Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.
A comparação que Jesus faz da necessidade de uma constante conversão com a figueira estéril é de grande significado. Os judeus ainda pensavam que a relação com Deus significava o afastamento de qualquer sofrimento e provação. A bênção era confundida com bem estar físico e espiritual. A exigência de conversão passa a ser uma norma de vida para os que querem dar um rumo evangélico para as suas vidas. Não existe cristianismo sem conversão. Ele é uma religião revelada, não foi criada pela carência humana. Deus vai ao encontro da pessoa e não o contrário.
Não sabemos o porquê de a figueira estéril estar dentro da vinha. Talvez porque já estava antes dela ser feita ou fosse plantada depois para matar a fome dos trabalhadores. O fato é que não tinha frutos quando o dono chegou e recebe a pena capital por este motivo. A figura do empregado representa a infinita misericórdia de Deus por nós que vem em socorro da figueira. Ele pode ser comparado ao imenso esforço que Jesus fez para nos salvar do pecado. Nós precisamos produzir frutos que são consequência da nossa relação com o amor de Deus. Quando nos sentimos amados produzimos frutos. A nossa conversão leva a fertilidade do amor. Passamos a amar a todos os semelhantes numa intensidade diferente do que nos é apresentado pela sociedade dominada pelas relações comerciais. O mundo nos quer manter estéreis. Esta esterelidade é consequência do egoísmo.
O adubo do defensor da vinha são os sacramentos. Meios eficazes para nossa restauração. A presença constante de Jesus na Santíssima Eucaristia vem em nosso socorro, pois somos fracos e incapazes de produzirmos frutos pelas nossas próprias forças.
O que adianta ao dono da vinha ter uma árvore que só tira da terra o seu sustento e não produz nada para os demais? O esforço de correspondência a graça de Deus faz que sejamos criaturas novas. Vemos o mundo e as pessoas de forma diferente. Quando estamos em processo de conversão valorizamos o que realmente merece a nossa atenção. Só o amor verdadeiro, que nos faz sacrificar-se pelo amado é que pode modificar a nossa vida muitas vezes estéril em nosso pequeno mundo. Todos têm muitos dons que devem ser partilhados com toda a Igreja. Não somos donos de nossos carismas, eles estão em nós para a edificação de nossos irmãos.
O nosso esforço deve ser de correspondência ao empreendimento que Deus faz em nossa vida para vivermos o amor e darmos frutos no meio da humanidade que vive em contínua divisão por influência de seu próprio egoísmo.
Senhor Jesus, renovai em cada um de nós o desejo de uma profunda conversão.
Rio Grande, 18 de março de 2019.
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